O governador Wilson Lima assinou, nesta segunda-feira (27), um decreto estabelecendo de forma permanente o Comitê de Enfrentamento a Eventos Climáticos e Ambientais no Amazonas. O objetivo do comitê é mitigar os impactos de fenômenos climáticos na população, com ênfase na recuperação de desastres e no monitoramento constante da cheia e da vazante dos rios, ferramentas essenciais para a gestão do Estado.
Ativo desde junho de 2024, o comitê iniciou suas atividades devido à severa estiagem que afetou a região. O novo decreto reforça a necessidade de uma vigilância contínua frente aos fenômenos climáticos e ambientais, considerando a crescente frequência desses eventos em todo o mundo, especialmente na região amazônica. “Estamos criando o comitê porque o mundo enfrenta um novo normal climático. Nosso compromisso é garantir a vigilância constante das secretarias responsáveis para proteger especialmente as populações do interior do Estado”, afirmou Wilson Lima.
O Comitê Permanente será coordenado pelo governador e contará com a participação de 33 secretarias, órgãos e entidades estaduais. Além disso, será assessorado por um Comitê Técnico-Científico, que fornecerá apoio técnico e científico para orientar as decisões. Entre as atribuições do comitê estão a adoção de medidas para minimizar desastres, além de promover a reorganização do setor produtivo e a reestruturação econômica nas áreas afetadas.
O secretário da Defesa Civil, coronel Francisco Máximo, ressaltou a importância do comitê como um instrumento estratégico para a gestão de crises, com foco em atividades econômicas e ambientais, como o controle de queimadas e desmatamento. Ele destacou que a continuidade do comitê é essencial para a prevenção de novos desastres climáticos, buscando sempre a adaptação e a resiliência das populações.
Operações de Prevenção e Ações Emergenciais
Em 2024, o Governo do Amazonas conseguiu minimizar os prejuízos provocados pela estiagem em comparação com 2023, especialmente nas áreas de abastecimento de alimentos, água, medicamentos e insumos. Durante a Operação Estiagem, mais de 3 mil toneladas de alimentos foram distribuídas em todo o estado, e 41 purificadores de água foram instalados em comunidades isoladas. Desde 2019, o projeto Água Boa já implantou 670 sistemas de abastecimento em 56 municípios e 8 Estações de Tratamento de Água Móvel.
Além disso, a articulação do governador com o Governo Federal possibilitou a dragagem de trechos dos rios Amazonas e Solimões, além da instalação de portos provisórios em Itacoatiara, evitando o desabastecimento de produtos essenciais.
Combate às Queimadas e Investimentos em Infraestrutura
O combate às queimadas também foi fortalecido em 2024, com mais de 22 mil focos de incêndio combatidos entre abril e dezembro. As fiscalizações resultaram em prisões, multas e apreensões, com R$ 214 milhões em penalidades aplicadas. O Governo do Amazonas também anunciou investimentos significativos para a compra de viaturas e equipamentos, incluindo recursos do Fundo Amazônia e do Ministério da Justiça, além de investimentos internacionais para melhorar a infraestrutura de combate a incêndios na região.
Previsões Climáticas para 2025
Segundo o monitoramento mais recente, a situação das calhas do Amazonas está em fase de enchente, com previsão de picos de cheia entre abril e julho. No entanto, as estimativas indicam que a cheia de 2025 será de intensidade leve a moderada, e a estiagem não deverá atingir os níveis críticos de 2024. A previsão para a vazante começa em agosto e vai até novembro, sendo acompanhada de perto pelas autoridades estaduais.
Com o comitê permanente em funcionamento, o governo do Estado reforça seu compromisso com a gestão de eventos climáticos, promovendo maior segurança e bem-estar para a população amazonense.