A empresa de pesquisas AtlasIntel divulgou nesta 2ª feira (8.jan.2024) uma pesquisa de opinião sobre os atos extremistas do 8 de Janeiro na data que marca o aniversário de 1 ano dos ataques. O levantamento indica que só 18,8% dos entrevistados dizem acreditar que o golpe de Estado era a principal motivação dos atos, destoando da abordagem dada por autoridades na cerimônia que relembrou o episódio no Congresso Nacional. O questionário foi feito de maneira on-line e teve respostas de todas as regiões do país.
“Fanatismo político e polarização” são as principais motivações por trás dos ataques, segundo a pesquisa da AtlasIntel.
Muito se tem falado sobre o 08 de janeiro de 2023 em Brasília na praça dos 3 poderes e a invasão do Congresso Nacional que para mim foi um ato de vandalismo condenável. Mas querer transformar isso em uma tentativa de golpe de estado é forçar uma barra que só serviu até agora como cortina de fumaça para aumentar a repressão política no Brasil.
Devemos lembrar que em 6 de junho de 2006 manifestantes do MLST ( Movimento de Libertação dos Sem Terra) invadiram a Câmara dos Deputados e depredaram parte do patrimônio e deixaram 24 pessoas feridas e uma em estado grave. Todos foram detidos e tratados como “baderneiros”. Não foi uma tentativa de golpe. O que houve no dia 8 de janeiro de 2023 foi a mesma coisa. Um grupo de vândalos infriltados entre os manifestantes invadindo e depredando prédios públicos. E isso é realmente um crime passível de punição.
Trago para este tema, algumas reflexão cruciais sobre o 8 de janeiro de 2023: um golpe de estado pode ser realizado por um punhado de indivíduos desarmados e sem preparo para tal ação? Será que esses vãndalos e esses manifestantes teriam o poder e a capacidade de mudar o rumo político do Brasil?
Não sou especialista no assunto, sou apenas um observador dos fatos e acredito que um golpe de estado é um acontecimento complexo, que requer planejamento, apoio logístico e o envolvimento de várias instituições. Não foi o que aconteceu.
E o que se seguiu depois da prisão de alguns manifestantes foi muito triste, foram detidos e ficaram provisóriamente amontoados e aglomerados em um lugar sem a menor condição de abrigá los. Uma total falta de dignidade. Isso sem falar que muitos desses manifestantes eram inocentes e réus primários. Entre eles idosos, pessoas com problemas de saúde e pais/mães acompanhados de crianças, que também foram detidos por estarem em frente ao QG do exército em Brasília.
Devemos lembrar de Cleriston Pereira da Cunha, de 46 anos, acusado da invasão no dia 8 de janeiro que estava sob a tutela do estado e que morreu no Complexo Penitenciário da Papuda em 20 de novembro enquanto estava preso. Com quadro clínico delicado, a defesa de Cleriston fez oito pedidos de liberdade provisória, com manifestação favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR). No entanto, o STF, ignorou as petições do advogado de defesa.
A morte de Cleriston Pereira da Cunha, destaca a grave situação de instabilidade gerada no país após a decisão do STF de assumir funções de investigação, aplicação da lei e controle carcerário simultaneamente.
É essencial buscar soluções que garantam a eficiência e a integridade do sistema legal sem comprometer a ordem, a segurança e, acima de tudo, a vida dos cidadãos envolvidos.”
De seu amigo do rádio Bob Lester