Com a crescente presença das redes sociais no dia a dia, o fenômeno Fear of Missing Out (medo de estar perdendo algo), conhecido como Síndrome de FOMO, tem aumentado de forma expressiva.
“Basicamente, FOMO é o medo que as pessoas sentem de não saber o que os outros estão fazendo”, explica Filipe Colombini, psicólogo e CEO da Equipe AT.
“Trata-se de um problema muito comum nos dias de hoje, sobretudo em função das redes sociais e da grande quantidade de informações que nos cercam”, conclui.
Segundo o psicólogo, o problema afeta principalmente jovens e adultos, que ficam comparando suas vidas com a dos outros de forma constante. “A síndrome é caracterizada por um conjunto de sintomas que surge a partir do medo do indivíduo de estar perdendo algo, como uma experiência, oportunidade ou até mesmo um evento social e é fonte de grande ansiedade, especialmente quando há comparações constantes com a vida glamourosa e idealizada que vemos no Instagram e outras plataformas”, diz Colombini.
Aqueles que sofrem com o problema têm uma necessidade constante de se atualizar nas redes sociais, como Facebook, Instagram, Youtube, mesmo durante a noite, no trabalho, enquanto come ou ao dirigir. Estas pessoas costumam apresentar sinais de baixa autoestima e autoconfiança, além de comportamento autodepreciativo. “Elas se sentem desconectadas de seus próprios valores e vivem em função das expectativas dos outros, distanciando-se do que realmente querem”, destaca o psicólogo.
Entre os principais sintomas da FOMO estão a sensação de desconforto e exclusão, tristeza, ansiedade exacerbada, estresse e, em casos extremos, a pessoa afetada pode desenvolver até mesmo depressão e transtornos do humor. “A síndrome tem potencial de prejudicar gravemente a saúde mental”, alerta Colombini.
Como combater a FOMO?
Segundo o especialista, nesta situação, é essencial desenvolver o autoconhecimento e praticar o autocontrole. Nesse sentido, técnicas como o mindfulness (que compreende diversos exercícios de meditação que têm como objetivo levar o indivíduo à atenção plena) podem ajudar com o foco no presente e reconexão com valores próprios.
Além disso, é importante estabelecer um equilíbrio entre as diversas esferas da vida, como lazer, trabalho e relacionamentos, além de definir limites para o uso de redes sociais e telas em geral, visando uma redução em seu uso.
A terapia também tem grande valor, uma vez que o indivíduo passa a entender que os conteúdos da internet não surgem de vidas perfeitas, mas que os internautas, na realidade, escolhem seus melhores momentos para partilhar. E também desenvolve a consciência de que mais vale viver os momentos do que publicá-los nas redes.
“Esses cuidados podem prevenir que a FOMO comprometa a saúde mental e ajudam a pessoa a viver com mais plenitude e senso de realização”, diz Colombini.
Mais sobre Filipe Colombini: psicólogo, fundador e CEO da Equipe AT, empresa com foco em Acompanhamento Terapêutico (AT) e atendimento fora do consultório, que atua em São Paulo (SP) desde 2012. Especialista em orientação parental e atendimento de crianças, jovens e adultos. Especialista em Clínica Analítico-Comportamental. Mestre em Psicologia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP). Professor do Curso de Acompanhamento Terapêutico do Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas – Instituto de Psiquiatria Hospital das Clínicas (GREA-IPq-HCFMUSP). Professor e Coordenador acadêmico do Aprimoramento em AT da Equipe AT. Formação em Psicoterapia Baseada em Evidências, Acompanhamento Terapêutico, Terapia Infantil, Desenvolvimento Atípico e Abuso de Substâncias.