O professor de jiu-jitsu Alcenor Alves Soeiro, 57 anos, preso suspeito de estupro de vulnerável e exploração sexual, era diretor técnico em uma escola de alto rendimento em Manaus, e viajava com alunos para competições. Segundo a Polícia Civil, o treinador é suspeito de ter abusado sexualmente de 12 atletas menores de idade ao longo de 15 anos.
Uma das vítimas, um atleta amazonense, atualmente com 23 anos, usou as redes sociais na segunda-feira (25) para relatar os abusos que sofreu entre os 10 e 14 anos, cometidos pelo suspeito. A vítima compartilhou que o treinador dava remédios para as crianças dormirem e cometia os crimes durante as viagens do grupo.
O treinador foi detido, no último sábado (23), em Balneário Camboriú, Santa Catarina, durante a “Operação Armlock”, deflagrada pela Polícia Civil. No momento da prisão, ele participava de uma competição como treinador de crianças e adolescentes.
A escola onde Soeiro trabalhava divulgou uma nota informando que ele ocupava o cargo de diretor técnico de alto rendimento. Após sua prisão, a instituição declarou que colaborará com as investigações da polícia e que o treinador será desligado da equipe.
Segundo a Polícia Civil do Amazonas, os abusos eram praticados durante as viagens para disputa de campeonatos e na casa do investigado, onde o autor dopava as vítimas para consumar os delitos. Além disso, Soeiro também costumava presentear os atletas com roupas e equipamentos de jiu-jítsu, passagens aéreas, inscrições em campeonato e videogames.
Uma das vítimas que decidiu denunciar os abusos contou em entrevista que não sabia como reagir aos abusos. Conforme informações que basearam o pedido de prisão, o homem teria se favorecido do fato de atuar como professor de jiu-jitsu para abusar de crianças e adolescentes desde 2014, “havendo possibilidade de tais crimes estarem sendo perpetrados ainda atualmente”. Conforme o delegado-geral de Santa Catarina, Ulisses Gabriel, o suspeito planejava fugir para Dubai.
Um mandado de prisão temporária em nome do professor de jiu-jitsu foi expedido pela Justiça do Amazonas e cumprido em Santa Catarina, no sábado (23).