O atacante Robinho, de 37 anos, e seu amigo Ricardo Falco foram condenados em última instância pela Justiça da Itália por violência sexual nesta quarta-feira (19).
A Corte de Cassação de Roma negou recurso apresentados pelos réus e confirmou as condenações das instâncias inferiores, que tinham sentenciado o jogador brasileiro e seu amigo, cada um, a nove anos de prisão.
Robinho e outros quatro brasileiros acusados participaram do estupro, agora confirmado em todas as instâncias do Judiciário italiano, de uma jovem de origem albanesa em uma boate na cidade de Milão, em 2013.
A condenação foi confirmada à CNN Brasil pela agente esportiva do jogador, Marisa Alija, e pelo advogado da vítima, Jacopo Gnocchi.
A confirmação da condenação do jogador Robinho e de Ricardo Falco pela Corte Suprema italiana foi proferida oralmente e, por isso, não é possível ter acesso à ela no momento. No entanto, deve ser publicada em 30 dias.
Jacopo Gnocchi, advogado da albanesa vítima do estupro, disse à CNN Brasil que considera a decisão da Justiça “absolutamente satisfatória”.
Questionado sobre julgar que a decisão é uma forma de reparação, após tantos anos do crime, Gnocchi respondeu que é uma questão difícil, mas que “a questão legal terminou com uma sentença correta e justa”.
Ele disse esperar que ela a sentença “seja executada de acordo com a lei aplicável.”
O advogado reforçou, porém, não poder falar de aspectos pessoais da vítima e em como o tempo influenciou no caso. “De qualquer forma, o resultado final e a aplicação da lei são positivos.”
A acusação utilizou áudio gravado a partir de uma escuta instalada em um carro, que flagrou uma conversa entre Robinho e seus amigos, o que possibilitou confirmar a versão da vítima sobre o estupro coletivo.
Mesmo com a condenação, Robinho, que está no Brasil, não poderá ser extraditado, já que a lei não permite a extradição de brasileiros.
A justiça italiana pode recorrer à Polícia Internacional (Interpol) para prender o jogador caso ele viaje ao exterior.
Robinho foi condenado em segunda instância no dia 10 de dezembro de 2020.
À época, a defesa de Robinho afirmou que, “neste, como em muitos processos deste tipo, o perigo real é confundir direito com moral” e alegou que a relação dos acusados com a vítima foi consensual.