Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados políticos se reúniram ao ex-mandatário neste domingo, 25, em uma ato na Avenida Paulista, na região central de São Paulo.
O evento foi convocado pelo atual presidente de honra do Partido Liberal em 12 de fevereiro. Segundo ele, a manifestação ocorreu em “defesa do Estado democrático de direito” e teve como objetivo se defender de “todas as acusações” sofridas.
Bolsonaro, assim como aliados políticos, foi alvo da Operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal, que investiga suposta organização criminosa que planejava a tentativa de um golpe de Estado. O ex-presidente teve seu passaporte apreendido por agentes, após autorização do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), e teve que prestar depoimento à PF, mas ficou em silêncio.
Como previsto na programação inicial, o evento teve início às 15h com um discurso e oração feito pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Visivelmente emocionada, a esposa de Bolsonaro pregou as presentes relembrando a principal passagem bíblica usada pelo marido durante sua campanha político: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. “Não tem como não se emocionar com o exército de Deus nas ruas, com homens e mulheres patriotas que não desistem da nação”, disse a ex-primeira-dama. Ela também falou de um momento “tão difícil da história” e disse que a família sofre desde 2017. “Estamos sofrendo porque exaltamos o nome do senhor, porque o meu marido foi escolhido e ele declarou que era Deus acima de todos”, continuou, citando slogan do ex-presidente.
Em discurso aos presentes, o presidente de honra do Partido Liberal (PL) ,Bolsonaro, disse que o povo brasileiro “não merece estar vivendo esse momento” e pregou em favor da liberdade como o “bem maior”: “Ainda podemos fazer muito pela nossa pátria”, iniciou o político, acompanhado da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que abriu o evento, e de aliados políticos, como o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Bolsonaro também fez uma série de críticas, mas sem citar nomes e voltou a citar o episódio da campanha eleitoral em 2018, quando ele sofreu uma facada durante ato em Juiz de Fora, e falou em “perseguição”. “Levo pancada desde antes das eleições de 2018, passei quatro anos perseguido e essa perseguição aumentou quando deixei a presidência. (…)É joia, é importunação de baleia, é direito fora do país. (…) É tanta coisa que eles mesmos acabam trabalhando contra si”, afirmou Bolsonaro, citando parte das investigações que enfrenta na Justiça.
O ex-presidente concluiu o discurso com recados ao público sobre as eleições municipais, pedindo que os presentes “caprichem nos votos, especialmente para vereadores”, e finalizou fazendo crítica ao afastamento de “opositores”. “Não podemos concordar que um poder tire do palco político quem quer que seja, não podemos pensar em eleições afastando os opositores”.