Penso que todos nós temos uma definição de amor e de como amar e, muitas dessas convicções vem das nossas experiências anteriores, das nossas expectativas e um pouco de idealizações e pitadas de esperança.
No entanto, a rotina, as responsabilidades e compromissos podem sim nos fazer andar em campo minado quando se trata de sentimentos. Verdade seja dita que no fundo todos nós queremos ser amados mas, será que sabemos amar quando necessário?
A reciprocidade de olhar fora da caixinha pode ser algo desafiador para algumas pessoas, especialmente se aquele histórico prévio do qual mencionamos, for um passado cheio de conflitos emocionais e interpessoais. Existe muitas pessoas que tiveram uma trajetória onde “endurecer ou embrutecer” era a resposta para “sobreviver” e, digamos que ligar novamente o tal “botão da humanidade”, precisa de um choque de realidade ou muitas vezes sentir a dor da perda de quem se fez importante e essencial no dia-a-dia.
Mas, embora todos nós tenhamos um ponto de vista sobre amor, ainda assim, nos falta ás vezes a clareza de pensamento sobre o que não é amor.
Algumas décadas atrás havia um adesivo sobre amar é… e várias figuras com inúmeras idéias e projeções. Mas e se hoje fosse o inverso? E se a frase inicial fosse: Amor não é …
O que vc diria? O que as tuas experiências de uma vida inteira te motivariam a dizer? Pois se todos nós sabemos o que significa amar, então com certeza sabemos o que não queremos e o que pode ser apenas uma ilusão equivocada de sentimentos.
O ponto é que amar é saber olhar além do seu eu; é se desprender de si mesmo e se contentar com o sorriso que te invade a alma. Mas, quando você se sente em constante conflito consigo mesmo, onde perdoar, esquecer e recomeçar é sempre o cardápio da semana, então você percebe que amor não é mendigar sentimentos; definitivamente amor que não se incomoda com a dor do outro, não é amor. Muitos relacionamentos hoje em dia desandam porque falta essa empatia de enxergar verdadeiramente quem está ao seu lado; falta a sensibilidade das pequenas gentilezas, do elogio, do reconhecimento, da valorização… das sutilezas de um bom dia, boa noite; da espontaneidade de uma mensagem carinhosa e despretensiosa num dia qualquer; pequenas coisas que só flui onde existe o amor que transborda.
Vivemos dias em que as músicas falam mais sobre sofrência do que sobre amor e no fundo todos desejam encontrar sua cara metade, mas poucos estão dispostos a amar na essência. Então se vale um conselho prático e óbvio: abra seu coração e seja mais desprendido(a) para viver esse amor na prática do cotidiano. Não espere do outro o que não se dispõe a corresponder. Saia da sua zona de conforto e veja que além do seu mundinho existe alguém com sentimentos e expectativas.
Não espere um mundo melhor e não espere viver um grande amor, se não começar em você a prática do verbo amar.