A origem dos passos de quadrilhas nas festas juninas

As festas juninas são uma celebração tradicional no Brasil, especialmente conhecidas por suas danças, como a quadrilha, que é um dos momentos mais esperados das festividades. A origem dos passos de quadrilha tem raízes profundas na história e na mistura cultural que caracteriza a identidade brasileira.

Influência Europeia
A quadrilha brasileira tem suas raízes na dança de salão europeia, particularmente na quadrille francesa, que era uma dança popular nos salões aristocráticos da Europa do século XVIII e XIX. A quadrille era uma dança de pares que seguia uma sequência de passos coreografados, executados em quatro partes ou figuras. Esta dança foi trazida ao Brasil pela corte portuguesa no início do século XIX, quando a família real se refugiou no Rio de Janeiro durante as Guerras Napoleônicas.

Adaptação e Transformação
Ao chegar ao Brasil, a quadrille foi adaptada às tradições locais, especialmente nas zonas rurais, onde ganhou um caráter mais festivo e comunitário. Essa adaptação transformou a quadrille na quadrilha que conhecemos hoje. Os passos se tornaram mais simples e acessíveis, permitindo que toda a comunidade pudesse participar, independentemente de classe social ou habilidade na dança.

Elementos Característicos
Os passos de quadrilha são conhecidos por serem divertidos e interativos, refletindo o espírito alegre e colaborativo das festas juninas. Alguns dos passos mais conhecidos incluem:

Anarriê (en arrière):
Este comando significa “para trás” e instrui os dançarinos a darem alguns passos para trás. Vem diretamente do francês, mostrando a influência europeia.

Balancê:
Os pares se balançam, indo de um lado para o outro. Este passo é uma adaptação mais festiva e solta das danças de salão europeias.

Caminho da Roça:
Os dançarinos formam uma fila e simulam uma caminhada para a roça (campo), evocando a vida rural e agrícola do Brasil.

Damas e Cavalheiros:
Nesta passo, damas e cavalheiros (pares) se separam e se reencontram, simbolizando encontros e desencontros típicos das histórias de amor nas festas juninas.

Olha a Cobra!:
Um dos momentos mais divertidos, onde o marcador (líder da dança) grita “Olha a cobra!” e todos os dançarinos reagem simulando susto e correndo, para logo depois ouvir “É mentira!” e todos voltarem ao ritmo normal. Este passo introduz um elemento lúdico e de surpresa na dança.

A quadrilha junina não é apenas uma dança, mas uma representação teatral que incorpora elementos da vida rural e das tradições brasileiras. Cada movimento conta uma história e cada passo reforça a identidade cultural e o senso de comunidade. A dança é um momento de união, onde todos se juntam para celebrar, independente de suas origens.

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