Violência em Gaza impede fase final de vacinação contra poliomielite

Última etapa da campanha foi suspensa por causa de bombardeios, deslocamentos em massa, falta de acesso e garantia de pausas humanitárias; plano do Comitê Técnico de Pólio para Gaza era vacinar mais de 119 mil crianças a partir desta quinta-feira

A Organização Mundial da Saúde, OMS, lamentou a suspensão da última fase de vacinação contra a poliomielite na Faixa de Gaza por causa da violência na região.

A medida foi tomada após o risco aos civis pelos bombardeios intensos, ordens de deslocamentos em massa e falta de acesso.

Suplementação de vitamina A

O Ministério da Saúde Palestino, que é gerido pelo grupo Hamas, e parceiros integram a iniciativa que também conta com a Organização Mundial da Saúde, OMS, o Fundo da ONU para a Infância, Unicef. A Agência de Assistência aos Refugiados Palestinos, Unrwa, também é parte desse esforço.

UNICEF

Nesta fase final da campanha, a meta era vacinar 119.279 crianças.  Desde que foi lançada a segunda rodada, em 14 de outubro, pelo menos 442.855 menores de 10 anos foram imunizados no centro e no sul da Faixa de Gaza. Trata-se de 94% da meta definida para essas áreas.

Mais de 357 mil crianças receberam a suplementação de vitamina A para integrar a imunização contra a poliomielite a outros serviços essenciais de saúde na região.

As autoridades em Gaza alertam ser “obrigatório interromper o surto de poliomielite o mais rapidamente possível”, para evitar que o vírus se espalhe, paralisando ainda mais crianças.

Ação imediata para levar vacina às crianças

Para a Unrwa, as pessoas estão vivendo “um pesadelo” após passarem semanas quase sem comida, água ou ajuda. Muitas continuam presas nos escombros sendo necessária “ação imediata para vacinar as crianças e evitar mais tragédias”.

Em nota separada, o Escritório de Direitos Humanos da ONU revela casos de menores que morreram baleados em Territórios Palestinos.

Na quarta-feira, as Forças de Segurança Israelenses, FSI, mataram uma criança palestina de 11 anos. O menino estava atirando pedras contra veículos blindados na cidade de Nablus.

Outro episódio ocorreu no domingo em Hebron, quando soldados de Israel atiraram num adolescente de 17 anos, que está em estado crítico.

Desde o ano passado, a violência tirou a vida de 165 crianças palestinas na Cisjordânia, que é administra pela facção palestina Fatah. Segundo autoridades locais, a maioria dos disparos foi contra a cabeça ou o tronco superior das vítimas.

Fonte: ONU

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