Pilotos relataram a presença de gelo e nuvens cumulonimbus na rota do avião que caiu em Vinhedo, interior de São Paulo, na tarde de sexta-feira (9), resultando na morte de 61 pessoas. Segundo o piloto Pedro Santos, que voou pela região anteriormente, as condições meteorológicas eram desfavoráveis, com formação de gelo entre 15 mil e 25 mil pés, exigindo atenção para evitar a perda de sustentação.
Especialistas explicam que o acúmulo de gelo pode alterar a aerodinâmica da aeronave, comprometendo sua capacidade de voo. O ATR-72 da VoePAss, segundo o especialista em segurança de voo Roberto Peterka, perdeu sustentação, entrando em um movimento conhecido como “stall”, que resulta na queda da aeronave.
O Cenipa, responsável pela investigação, ainda considera prematuro definir as causas do acidente, mas a FAB já recuperou as caixas-pretas, que serão analisadas em Brasília. A ANAC confirmou que a aeronave estava em situação regular para operar.
Meteorologistas apontaram instabilidade climática na área, com 35% de probabilidade de formação de gelo e ventos fortes de cauda, que aumentaram a velocidade da aeronave durante a aproximação. Não houve sobreviventes no acidente.