O surgimento de variantes da covid-19 preocupa os cientistas e o público em geral sobre o risco de serem mais perigosas do que o vírus detectado pela primeira vez no final de 2019 na China.
– Quantas variantes?
No momento, três variantes são consideradas “preocupantes”, segundo a OMS: as detectadas primeiro na Inglaterra, África do Sul e Japão (mas em viajantes do Brasil, daí o seu nome comum de “variante brasileira”).
Mas circulam muitas outras, que a comunidade científica tenta localizar e avaliar para eventualmente incluir em uma das duas primeiras categorias.
Mais contagiosas?
Há um consenso científico de que as três variantes “preocupantes” são as mais contagiosas.
Mas isso se baseia apenas em dados epidemiológicos: os cientistas analisam a velocidade com que se espalham e deduzem até que ponto são mais contagiosas. Portanto, o resultado depende também de outros fatores, como as restrições que se aplicam nos territórios analisados.
Por exemplo, com base em vários estudos, a OMS julga que a variante inglesa é entre 36% e 75% mais contagiosa.
Mas por que certas variantes parecem ser mais contagiosas?
“Existem várias hipóteses: pode ser que a carga viral seja maior, que a variante penetre nas células mais facilmente ou se multiplique mais rapidamente”, disse à AFP Olivier Schwartz, chefe da unidade de Vírus e Imunidade do Instituto Pasteur da França.
Pesquisadores da Universidade de Harvard levantaram outra hipótese para o caso da variante inglesa: a infecção poderia durar mais que a do coronavírus clássico e, portanto, prolongar o período de contagiosidade de um indivíduo.
Mais perigosas?
De acordo com um estudo publicado em 10 de março na revista médica BMJ, a variante inglesa é 64% mais letal: para cada 1.000 casos detectados, causa 4,1 mortes, em comparação com 2,5 para o coronavírus clássico.
Por outro lado, com base em vários estudos, a OMS estima que a variante sul-africana “aumenta o risco de morte no hospital em 20%”.