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Trump começa operação histórica de deportação nos EUA

A administração de Donald Trump deu início a uma grande operação de deportação de imigrantes irregulares, prendendo 538 pessoas e deportando centenas delas, em uma ação que a Casa Branca chamou de “a maior” da história do país. A operação ocorre a poucos dias do início do segundo mandato de Trump, que havia prometido endurecer as políticas de imigração durante sua campanha eleitoral.

Karoline Leavitt, secretária de imprensa da Casa Branca, anunciou nas redes sociais que o governo de Trump havia cumprido sua promessa, destacando que as deportações estavam sendo realizadas por meio de aviões militares. A medida é parte de uma série de ações para reprimir a imigração irregular, um tema central na campanha de Trump, que tem se referido aos migrantes de maneira agressiva, chamando-os de “selvagens”, “animais” ou “criminosos”.

A operação de deportação ocorre em um país onde cerca de 11 milhões de pessoas vivem sem documentação. Em resposta a essa série de ações, a porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, Ravina Shamdasani, afirmou que, embora os países tenham o direito de controlar suas fronteiras, o direito de buscar asilo é um direito humano universalmente reconhecido.

No estado de Nova Jersey, o prefeito de Newark, Ras Baraka, condenou o uso de força pelos agentes de imigração, que, segundo ele, detiveram cidadãos sem documentos sem apresentar ordens judiciais. Baraka também criticou a prisão de um veterano do Exército americano, considerando a ação uma violação da Constituição dos Estados Unidos. “Newark não ficará parada enquanto sua população for aterrorizada ilegalmente”, afirmou o prefeito.

Em outra ação, Trump anunciou o restabelecimento do programa “Remain in Mexico”, que exige que os requerentes de asilo aguardem do lado mexicano da fronteira enquanto suas petições são processadas. Essa medida substitui uma política implementada pelo governo de Joe Biden, que buscava criar vias legais para migrantes em situações de risco. Trump também anunciou a suspensão, por tempo indeterminado, da chegada de refugiados aos Estados Unidos, incluindo aqueles que já haviam sido aprovados.

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Além disso, o ex-presidente tem promovido uma ordem executiva que busca restringir o direito à cidadania por nascimento nos Estados Unidos, um direito garantido pela 14ª Emenda da Constituição. No entanto, um juiz federal em Seattle suspendeu temporariamente a ordem.

No Congresso, onde a maioria é republicana, uma lei foi recentemente aprovada para prorrogar a prisão preventiva de estrangeiros irregulares suspeitos de crimes. Trump tem utilizado frequentemente a palavra “invasão” para descrever a entrada de migrantes sem visto, acusando-os de prejudicar o “sangue” do país.


 

WSP
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