Surto de febre oropouche triplica no Amazonas e gera alerta na região: Saiba mais sobre a doença
Com sintomas e transmissão semelhantes aos da dengue, a febre Oropouche tem deixado o Amazonas em alerta, em 2024. Segundo a Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM), de 1º de janeiro até quinta-feira (22), o estado registrou 1.398 casos confirmados da doença, número três vezes maior do que foi registrado no ano passado, quando foram contabilizados 445 casos.
O cenário é ainda mais preocupante ao comparar com a estatística nacional. Em 2023, o Brasil teve um registro de 773 casos, dos quais 99% ocorreram na região Norte, conforme o Ministério da Saúde.
De acordo com o pesquisador da Fiocruz e especialista em vetores, Sérgio Luz, o mosquito Culicoides paraense, conhecido popularmente como maruim ou mêruim, é o principal transmissor do vírus que pode causar a doença. Na língua indígena Nheengatu significa mosca- pequena. Ele é 20 vezes menor que o aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya.
Os sintomas entre a dengue e a Oropouche são parecidos:
Febre alta;
Dores de cabeça, musculares e nas articulações;
Calafrios, às vezes acompanhados de náuseas, vômitos;
Erupção cutânea.
A FVS-AM explicou que a identificação dos casos confirmados de febre Oropouche ocorre a partir de diagnostico feito por meio de testagem de pacientes notificados e com resultados negativos para dengue.
Maruim
O mosquito faz parte do grupo hematófago, animais ou parasitas que se alimentam de sangue, e é muito comum na Amazônia e em toda a América, a partir do Canadá até a Patagônia, na Argentina.
O maruim, além de causar coceira, é um mosquito pequeno, quase imperceptível a olho nu. Diferente do aedes aegypti e do cúlex, o famoso pernilongo.
Sintomas
Em entrevista ao g1, o médico virologista e especialistas em arbovírus, Pedro Vasconcelos, esclarece que os sintomas do Oropouche dependem da forma clínica que o vírus se apresenta, embora, a princípio, seja comum nos infectados a manifestação de dor cabeça, febre, náuseas, vômitos, dores musculares, articulares.
Além disso, o vírus também pode acometer pessoas de forma leve, tendo essas apenas um quadro febril indiferenciado por um, dois dias, e depois a cura.
“Após a picada infectante, o período de incubação varia de dois a quatro dias, em média, podendo chegar a sete a dez dias, sendo mais comum entre três e quatro dias. Também há cefaléia, calafrios, dor retro-ocular, que as pessoas referem muito, como sendo dificuldade de mover os olhos”, reforçou Pedro Vasconcelos.