Sete unidades de saúde fechadas por conta da enchente em Rio Branco
Enchente atinge mais de 70 mil pessoas e é umas das cinco maiores da história do Acre
Sete unidades de referência em atenção primária e unidades de saúde da família estão fechadas por conta da enchente do Rio Acre em Rio Branco. Para atender a demanda, a Secretaria Municipal de Saúde da capital estendeu o horário de funcionamento de três Uraps até as 22h a partir desta segunda-feira (3).
Entre as unidades fechadas estão:
- Urap Augusto Hidalgo de Lima, no bairro Palheral
- Urap Eduardo Assmar, no bairro Quinze
- USF Triângulo Novo
- USF Belo Jardim 3
- USF Aeroporto Velho
- USF Mário Maia, no bairro Cidade Nova
- Urap Ary Rodrigues, no bairro Seis de Agosto
Três unidades passam a funcionar em horário estendido, das 7h às 22h, com médicos e policiais cedidos pelo governo do estado. Nestas, a vacinação contra a Covid-19 também estarão sendo aplicadas. São elas:
- Urap Maria Barroso
- Urap Cláudio Vitorino
- Urap Roney Meireles
“Com essas unidades fechadas nesse momento, nós solicitamos a compreensão da população. Por favor, procurem outra unidade mais próxima caso vocês necessitem de um atendimento médico ou de alguma necessidade com relação a medicação. No caso da unidade do Aeroporto Velho, ela está ilhada, porque ao redor está tudo alagado. Já as demais estão totalmente alagadas. A Urap Eduardo Assmar, infelizmente, os vândalos entraram primeiro que a gente. Acabou que teve alguns desfalques, mas já acionamos a Polícia Militar. Foi coisa pouca, coisas que não vão atrapalhar quando nós retornarmos após a cheia”, disse a secretária de Saúde de Rio Branco, Sheila Andrade.
A secretária informou ainda que as equipes de saúde estão visitando os abrigos da capital. Ao todo, Rio Branco está com 36 abrigos, entre eles o Parque de Exposições, onde mais de 3,2 mil pessoas desabrigadas são acolhidas. Além disso, as equipes também visitam casas que estão alagadas.
“Nós não temos pernas para ir em todos os locais nesse momento, porque são muitos locais alagados, são muitas pessoas que estão ilhadas nas suas residências e estão doentes. Mas, todos os que chegam para a gente aqui na prefeitura de Rio Branco, nós estamos dando um jeito de ir de barco. Temos várias equipes que estão saindo de barco pra atender de casa em casa. E nós estamos levando as orientações do pós-enchente também. Não voltem para as suas casas sem fazer higienização porque é ali que está o perigo, por isso a importância do kit de limpeza que está sendo distribuído pela prefeitura”, concluiu.
Nível do Rio Acre oscila
As chuvas deram uma trégua nas últimas horas e o nível do Rio Acre oscila em Rio Branco. Segundo dados da Defesa Civil do município, mais de 14,7 mil moradores tiveram que deixar suas casas por conta da enchente do manancial e estão em abrigos ou casas de parentes e amigos.
Na medição das 9h desta segunda-feira (3), o rio marcou 17,70 metros. Nesse domingo (2), o nível manancial chegou a baixar para 17,69 metros.
A enchente, que já atinge mais de cerca de 72 mil pessoas, é a maior dos últimos oito anos e já entra nas cinco maiores da história, desde quando o rio começou a ser monitorado, em 1971. O rio passou da cota de transbordo no último dia 23 de março. Já são 11 dias que está acima da marca de 14 metros.
O levantamento da Defesa Civil aponta que pouco mais de mil famílias estão desabrigadas, com isso, cerca de 3.221 pessoas estão em um dos 36 abrigos públicos montados em Rio Branco. Além disso, 3.488 famílias com, aproximadamente, 11.510 pessoas estão desalojadas por conta da enchente.
Ao todo, 41 bairros da zona urbana de Rio Branco atingidos pela cheia do Rio Acre. Além disso, 27 comunidades rurais estão isoladas, com 7 mil pessoas de mais de 1,7 mil famílias.
Fonte: G1 Amazonas
Foto: Divulgação