Sejusc reúne rede de proteção e reforça importância da população denunciar casos de violência contra idosos

Órgãos trocam experiências e fortalecem atuação conjunta no enfrentamento de violência contra o idoso

Agência Amazonas – Em continuidade à campanha do Junho Violeta, mês dedicado à conscientização da violência contra a pessoa idosa, a Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc) reuniu, nesta terça-feira (06/6), representantes da rede de proteção para uma roda de conversa transmitida pelo Centro de Mídias de Educação do Amazonas (Cemeam), que interliga todos os 62 municípios do estado.

As discussões, que também foram exibidas pelo YouTube e os canais TV Encontro das Águas e TV Tiradentes, abordaram o papel de cada órgão e os desafios existentes diante do tema. A troca de experiências entre os parceiros e o aumento dos casos de maus-tratos e violência contra idosos reforçam que o ato de denunciar – via Disque 100 ou 181, inclusive de modo anônimo – ainda é indispensável e deve ser incentivado.

A roda de conversa foi conduzida pela secretária executiva adjunta dos Direitos da Pessoa Idosa (Seadpi) da Sejusc, Anne Alves. Na abertura, ela destacou que o Governo do Amazonas trabalha, atualmente, em duas principais frentes de trabalho: o fortalecimento da atuação conjunta da rede de enfrentamento e a descentralização das ações e políticas públicas para além da capital.

“É uma determinação do governador Wilson Lima descentralizar os serviços da Sejusc, levar para todos os bairros e municípios e é por isso que nós estamos aqui, para fazer essa articulação e trabalhar em rede”, declarou, completando que a agenda itinerante será aberta em Presidente Figueiredo (a 117 quilômetros de Manaus), que possui o terceiro maior índice de violência contra idosos no estado.

Casos aumentam

Presente à roda de conversa, a titular da Delegacia Especializada em Crimes Contra o Idoso (DECCI), Andréa Nascimento, afirmou que a violência contra o idoso, apesar de crescente e recorrente, se caracteriza por ser silenciosa. Por esse motivo, enfatizou a delegada, a denúncia pode funcionar não só na repressão dos crimes, mas também na prevenção.

“Muitas vezes, a denúncia é libertadora e rompe o ciclo de violência. Só o fato de a equipe de delegacia ir à residência da vítima, após receber uma denúncia, pode mudar todo o contexto que acontecia naquele ambiente familiar, como também serve de alerta para a comunidade ao redor que presencia a polícia chegando até ali. Hoje, trabalhar a repressão também é trabalhar a prevenção”, afirmou.

Somente este ano, a DECCI já registrou mais de 2,1 mil Boletins de Ocorrência (BO) e recebeu mais de 700 denúncias anônimas pelo Disque 100 e 181. “Precisamos enxergar esse aumento do número de registros como um dado positivo. Isso significa que a sociedade e as pessoas idosas estão tendo conhecimento dos seus direitos e aprendendo a denunciar”, observou a delegada.

A roda de conversa também teve a presença do vice-reitor da Fundação Universidade Aberta da Terceira Idade (FUnATI), Dr. Cláudio Chaves; do promotor de Justiça Mirtil Fernandes do Vale, do Ministério Público do Amazonas (MP-AM); e da coordenadora do Fórum Permanente do Idoso (Fopi), Valcylene Souza.

Cipdi na zona norte

A Sejusc vai inaugurar unidades descentralizadas do Centro Integrado de Proteção e Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa (Cipdi) nas zonas norte e leste da cidade. A estratégia de expansão dos serviços visa à redução dos índices de violência contra a pessoa idosa nas duas regiões geográficas mais populosas de Manaus.

Com oferta de atendimentos psicossociais, recebimento de denúncias e encaminhamentos para serviços da rede, o Cipdi atendeu 1.052 idosos no ano passado, dos quais 770 tiveram violações de direitos comprovadas. Desse total, crimes como negligência no convívio familiar (177 casos), intimidação e perturbação (119) e abuso financeiro e/ou extorsão (90) lideram a lista de casos.

 

Matheus Gil

Fotos: Eduardo Andrade / Cemeam

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