Amazonas

Seca histórica compromete produção de eletrodomésticos, eletrônicos e motocicletas em Manaus

A crítica estiagem no Amazonas ameaça a operação das indústrias na Zona Franca de Manaus (ZFM), que desempenham um papel fundamental na fabricação de eletrodomésticos, dispositivos eletrônicos e motocicletas no Brasil. A deterioração das condições de transporte de cargas ao longo do rio Amazonas e seus afluentes nos últimos dias está resultando em atrasos nas entregas de matérias-primas, resultando na acumulação de produtos acabados nos estoques das fábricas.

Até o momento, as fábricas conseguiram gerenciar a situação por meio de adaptações na produção, evitando uma paralisação total das linhas de montagem. No entanto, à medida que a pressão logística se intensifica e não há perspectiva de uma recuperação rápida na navegabilidade, algumas empresas estão ponderando a possibilidade de adotar férias coletivas nos próximos dias.

Tanto a Eletros, representante das indústrias de eletrodomésticos, quanto o sindicato dos metalúrgicos na região, confirmaram a possibilidade de paralisação em virtude dos desafios logísticos enfrentados. As maiores embarcações já não conseguem mais acessar o porto de Manaus devido à significativa redução do nível da água em trechos críticos do rio. Como alternativa, as cargas estão sendo transportadas por balsas entre Manaus e o porto de Vila do Conde, no Pará, onde navios maiores estão realizando o transbordo da carga.

No entanto, as balsas podem navegar por trechos com profundidade inferior a 2 metros, em comparação com os 8 metros necessários para os navios, o que resulta em um transporte mais lento. Essas soluções alternativas também geram custos adicionais, incluindo gastos com armazenagem e transferências inesperadas de contêineres, causando um aumento no custo do frete na região, variando entre 25% e 50%, dependendo do contrato.

As fábricas enfrentam desafios no recebimento de insumos e precisam administrar o crescimento dos estoques em seus pátios devido às irregularidades no despacho de mercadorias. Até o momento, o risco de escassez de produtos durante a Black Friday no final de novembro está descartado. No entanto, para garantir a normalidade nas entregas de Natal, que começam no final deste mês, é necessário que o nível do rio suba novamente.

Os operadores logísticos não têm previsão de quando as embarcações de grande porte poderão voltar a acessar o porto de Manaus.

WSP
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