Safadão pode ficar 13 anos preso após furar fila da vacina
Wesley Safadão foi indiciado pelos crimes de peculato e infração de medida sanitária. O cantor, a esposa Thyane Dantas e outras cinco pessoas estão na mira das autoridades desde o episódio apontando que o casal furou a fila de vacinação em Fortaleza. O caso segue para o Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE).
De acordo com a Polícia Civil, as penas somadas podem chegar a 13 anos de prisão. A produtora de Safadão, Sabrina Tavares, foi indiciada apenas pelo crime de infração de medida sanitária.
Wesley e Thyane surgiram nas redes sociais em 8 de julho deste ano comemorando o recebimento do imunizante contra o coronavírus. Porém, o calendário municipal naquele dia era apenas para pessoas com 32 anos ou mais. A esposa do cantor tinha 30, mas afirmou ter sido vacinada na mesma manhã e local que o marido.
O posto em questão funcionou em um shopping. Porém, não era o local agendado para Safadão e a produtora receberem as doses. A suspeita é de que eles tenham ido a posto diferente para poder escolher o tipo de vacina – no caso, ada Jansen, que tem dose única.
Além dos três, a polícia também investigou três servidores públicos da Secretaria da Saúde do Município (SMS) de Fortaleza. Ao longo de dois meses, foram ouvidas 19 pessoas. Wesley foi ouvido no dia 15 de setembro na sede da Delegacia de Combate à Corrupção (Decor).
AJUSTE
“Ficou caracterizado que a vacinação das três pessoas investigadas decorreu de um prévio ajuste entre elas, uma pessoa próxima ao cantor e uma outra pessoa, que por sua vez, possuía contato com os três servidores públicos, descartando a hipótese de coincidência despropositada e/ou falha, a título de culpa, das pessoas que trabalhavam no local”, resumiu a Polícia Civil em nota. De acordo com as investigações, não houve pagamento financeiro, sendo um favorecimento para “satisfação de interesses pessoais”.
Já a sindicância da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) apontou que houve irregularidades nas ações de três colaboradores do poder municipal, uma servidora pública e dois funcionários terceirizados da empresa Servnac.
O Ministério Público do Ceará, por sua vez, ouviu onze pessoas nos dias 12 e 18 de agosto, incluindo o cantor, a esposa e a produtora, além dealguns servidores públicos.
Desde o início da polêmica, o casal tem se defendido afirmando ter recebido doses da “xepa”, que é a sobra de imunizantes do dia. O argumento foi derrubado pela Prefeitura de Fortaleza, que disse não haver “xepa” no horário em que eles foram imunizados. Com o andamento das investigações, eles não comentaram mais o assunto.