Resumo das Paraolimpíadas: ouros das mulheres fazem Brasil dar novo salto no quadro de medalhas
O Brasil teve um domingo dourado nas Paralimpíadas de Tóquio. Além de três bronzes, foram quatro ouros, três deles conquistados por mulheres. Mariana D’Andrea faturou o primeiro título paralímpico da história do Brasil no halterofilismo. Alana Maldonado se tornou a primeira brasileira campeã no judô dos Jogos. Maria Carolina Santiago quebrou um jejum de 17 anos sem um ouro feminino do país na natação.
O quarto título brasileiro no dia foi conquistado por Gabriel Araújo na natação. Resultados que fizeram o Brasil voltar à sexta posição do quadro de medalhas e se aproximar da marca de 100 medalhas de ouro conquistadas na história das Paralimpíadas. Faltam apenas três.
O domingo ainda teve estreia com vitória do Brasil no futebol de 5 em busca do penta. Teve vitória no goalball masculino e no vôlei sentado feminino. Teve recorde paralímpico no atletismo. E teve quatro brasileiros mantendo a invencibilidade na fase de grupos da bocha.
A primeira medalha do domingo foi o ouro de Mariana D’Andrea no halterofilismo, o primeiro título paralímpico da história do Brasil nessa modalidade. Vice-campeã mundial em 2019, a brasileira da categoria até 73kg levantou o peso de 137kg para vencer o duelo com a chinesa Lili Xu.
Depois do bronze de Lúcia Araújo no sábado, o Brasil conquistou mais duas medalhas no judô neste domingo, uma delas inédita. Alana Maldonado se tornou a primeira brasileira campeã paralímpica da modalidade ao vencer a categoria até 70kg. Meg Emmerich foi bronze na categoria acima de 70kg, completando a trinca de pódios do Brasil no judô, esporte para pessoas com deficiência visual nas Paralimpíadas.
O Brasil ficou a três segundos de mais um pódio no judô. Dono de seis medalhas paralímpicas, Antônio Tenório vencia a luta pelo bronze na categoria até 100kg, mas tomou o empate nos últimos segundos e tomou a virada na repescagem. Aos 50 anos, o judoca superou 17 dias de internação por covid-19 entre março e abril.
Maria Carolina Santiago também conquistou um ouro marcante na natação, quebrando um hiato de 17 anos sem brasileiras no topo do pódio das Paralimpíadas na modalidade. Carol venceu os 50m livre S13, que reuniu nadadoras das classes S13 e S12, ambas para atletas com baixa visão. A brasileira quebrou o recorde paralímpico da S12 nas eliminatórias e voltou a quebrar a marca na final, com 26s82. Carol já havia conquistado o bronze nos 100m costas S12 e ainda vai disputar mais duas provas em Tóquio.
O quarto ouro brasileiro do dia foi para Gabriel Araújo. Prata nos 100m livre S2, o brasileiro de 19 anos dominou a final dos 200m livre S2 e venceu com 4m06s52. O jovem nadador deu um show na comemoração e cumpriu o prometido com mais uma dancinha no pódio.
A terceira medalha da natação brasileira neste domingo saiu em uma disputa entre irmãs gêmeas. Beatriz Carneiro faturou o bronze dos 100m peito SB14 (para atletas com deficiência intelectual), superando Debora Carneiro por apenas 0s02.
O Brasil também conquistou sua primeira medalha no remo em Tóquio. Renê Pereira foi bronze no skiff simples PR1, para remadores com função mínima ou nenhuma função de tronco que impulsionam o barco principalmente por meio da função de braço e ombro. Ele estava na quarta posição até o último quarto da prova, quando arrancou para o pódio.
Tetracampeão paralímpico, o Brasil iniciou neste domingo a caminhada em busca do penta. Os brasileiros venceram a China por 3 a 0, com dois gols de Nonato e um de Cássio.
O Brasil fechou com uma grande vitória a fase de grupos do goalball masculino. Os brasileiros quebraram a invencibilidade do Japão com o triunfo por 8 a 3. Foram cinco gols de Parazinho e três de Leomon. Classificados para as quartas de final com três vitórias e uma derrota, os brasileiros esperam o encerramento da fase de grupos nesta segunda para conhecer o próximo adversário.
Depois de uma vitória no tie-break na estreia contra o Canadá, o Brasil venceu com tranquilidade o Japão no goalball feminino. Com o triunfo por 3 sets a 0, as brasileiras, bronze na Rio 2016, assumiram a liderança do Grupo A e se aproximaram das semifinais. Nathalie Silva e Pamela Pereira foram as maiores pontuadoras do Brasil neste domingo, com 10 acertos cada. Adria da Silva fez nove pontos..
Depois de dois dias de muitas medalhas, o atletismo brasileiro não foi ao pódio neste domingo, mas teve um grande resultado. Vinícius Rodrigues se classificou para a final na primeira posição e com direito a recorde paralímpico dos 100m rasos da classe T63, para atletas com amputação da perna acima do joelho. Ele correu a semifinal em 12s11, um pouco acima do próprio recorde mundial de 11s95 estabelecido em abril. Campeão paralímpico em Londres 2012, Alan Fonteles foi eliminado na semifinal dos 100m rasos T64, para atletas com amputação da perna abaixo do joelho.
Quatro brasileiros se mantiveram invictos e chegaram a duas vitórias na fase de grupos da bocha nas disputas individuais. Porta-bandeira do Brasil na abertura das Paralimpíadas, Evelyn Oliveira venceu a tailandesa Somboon Chaipanichi por 8 a 1 na classe BC3. Eliseu Santos venceu o russo Sergey Safin por 7 a 3 na classe BC4. José Carlos de Oliveira venceu o japonês Yuriko Fujii por 5 a 2 na classe BC1. Maciel Santos venceu o argentino Luis Cristaldo por 6 a 1 na classe BC2.