Reino Unido: Motoristas de Uber terão direitos trabalhistas

A gigante Uber vem sofrendo uma série de ações na justiça do Reino Unido sobre sua relação com seus motoristas. A empresa vem defendendo que os motoristas são empreendedores autônomos, o que significa que, por lei, eles têm proteção mínima.

Nesta sexta-feira (19), o app sofreu sua maior perda na justiça local: a Suprema Corte do país decidiu por unânimidade que, em território britânico, a empresa deverá tratar seus motoristas como trabalhadores formais, com direito a benefícios como férias pagas e salário mínimo.

Uber afirmou que a decisão não se aplica a todos os atuais 60 mil motoristas no Reino Unido, mas somente a um grupo de 25 motoristas que abriram um processo em 2016. No entanto, a decisão da justiça britânica abre um precedente.

– Dezenas de milhares de motoristas do Uber podem, a partir de agora, reivindicar o direito de serem classificados como trabalhadores – disse Nigel Mackay, advogado da Leigh Day, que também representou os motoristas.

Em um comunicado, a sede da empresa em São Francisco (EUA) informou que vai iniciar uma consulta nacional, que levará algumas semanas.

– Este processo buscará as opiniões de todos os motoristas ativos para nos ajudar a moldar o futuro do trabalho flexível – diz o comunicado.

Londres é um dos maiores e mais lucrativos mercados do Uber, com 45 mil motoristas e 3,5 milhões de pessoas que usam o aplicativo uma vez a cada 90 dias.

Cerca de mil ações semelhantes contra a empresa, que estavam suspensas até depois da decisão, também podem prosseguir.

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