Em meio ao avanço da vacinação contra a Covid-19 no Brasil, Estados e municípios começam a relaxar medidas sanitárias, com o fim da restrição de horário do comércio, a retomada de jogos com torcida e os eventos-teste. Ao mesmo tempo, outros países já permitem a entrada de brasileiros imunizados sem a necessidade de quarentena e a realização de festas com grande presença de público. Nesse caminho, no entanto, um assunto tem dividido especialistas e se tornado um desafio para as nações: a obrigatoriedade do uso de máscaras. Os Estados Unidos chegaram a anunciar o fim do item de proteção, mas algumas regiões norte-americanas precisaram voltar atrás e retomar a exigência após um aumento de casos da doença em função da variante Delta, considerada mais transmissível. Nesse sentido, é possível falar em suspensão do uso de máscaras ainda em 2021? Com pouco mais de 36% da população imunizada com duas doses da vacina, o Brasil já pode planejar uma flexibilização?
Ao longo da semana, o ministro Marcelo Queiroga afirmou que o Brasil caminha para a suspensão da utilização de máscaras. Anteriormente, em 11 de agosto, o chefe do Ministério da Saúde já havia dito que o fim do uso do item de proteção vai acontecer ainda em 2021.
Na visão dos infectologistas, o Brasil só pode iniciar a discussão sobre um possível fim do uso de máscaras quando o país registrar níveis baixos de transmissão comunitária, o que seria entre os níveis 1 e 2 da escalada da Organização Mundial da Saúde (OMS), que vai até 7. A receita para que isso seja possível está na manutenção dos protocolos sanitários, incluindo distanciamento, uso de máscaras, aumento da imunização, com pelo menos 80% da população com o esquema vacinal completo e a testagem em massa, que até hoje não acontece no país e poderia traduzir os verdadeiros níveis de contágio e de casos assintomáticos. Enquanto isso não ocorre, a diretriz é que o Brasil mantenha o uso de máscara obrigatório e se atentem à flexibilização precipitada das medidas sanitárias.