Público manauense tem mais quatro oportunidades para assistir ao espetáculo teatral que suscita questionamentos

A peça ‘Huma/’ está realizando temporada de pré-estreia, trazendo reflexões sobre desafios e conflitos existenciais do cotidiano da humanidade

Ainda fazendo parte da temporada de pré-estreia, o espetáculo “Huma/” será reapresentado nos dias 2 (domingo), 8 (sábado), 15 (sábado) e 22 (sábado) de julho, às 15h30, no Parque dos Bilhares. Os ingressos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada) e serão vendidos apenas no local do evento.

Para assistir à peça, o público terá de se dirigir, até no máximo às 15h15, ao estacionamento que dá acesso ao anfiteatro e à pista de patins do Parque dos Bilhares, localizado na avenida Constantino Nery, no sentido bairro/Centro, na zona centro-sul de Manaus. No local, haverá uma equipe do espetáculo que recepcionará e encaminhará o público para o ponto exato do Parque onde a montagem será encenada.

A produção da peça explica que é importante que as pessoas que queiram assisti-la terão de ser pontuais porque a condução do público até o local específico faz parte do trabalho cênico desenvolvido pela equipe.

A peça tem no elenco Leo Scantbelruy e tem a direção e a dramaturgia assinadas por Francisco Rider, a preparação de Koia Refkalefsky, confecção de figurinos de Preta Scantbelruy, assistência de produção de Ana Carolina Souza e registro fotográfico e audiovisual de Robert Coelho.

A montagem tem o apoio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (SEC) e da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas).

Francisco Rider explica que este novo trabalho artístico foi concebido para ser exibido em espaços abertos, como pontes e viadutos, além de diversos outros locais públicos. “A temporada de pré-estreia está ocorrendo no Parque dos Bilhares porque ‘Huma/’ é um espetáculo para e com o ambiente urbano manauara. A obra cênica é construída junto com o local onde é apresentada, impactando a obra em si”.

Quem é Huma?

“Huma/” é uma peça na qual uma mulher isolada vive em um “mundo-peste”, mas não só biológico, acima de tudo o da política da morte que nos devora cotidianamente, conforme explica o autor do drama.

“’Mundo-peste’ é uma metáfora para todas as formas de violências, agressões, preconceitos e fobias contra corpos ‘indesejados’ pelos padrões normativos. Um dia, a personagem Huma decide romper com esse enclausuramento e vai para a rua, se deparando com os vírus invisíveis da peste. Então, como uma mulher-cidadã, que cresceu na ditadura civil-militar (1964 a 1984), ela se manifesta”.

Francisco Rider esclarece que a obra possui várias metáforas, a começar pelo título do trabalho, que contém um sinal gráfico: /. “A barra utilizada no título da peça se refere à barra e aos desafios existenciais que a personagem vivencia nesse ‘mundo-peste’. A barra (/) é também um corte dramático na palavra humanidade”.

Artistas com destaque no Brasil e no exterior

A criação de “Huma/” inclui artistas veteranos, como Francisco Rider e Koia Refkalefsky, que atuam desde a década de 80 no cenário artístico local, nacional e internacional, e um artista da nova geração, Leo Scantbelruy, que já conta com dez anos de carreira, igualmente de destaque.

Francisco Rider é um artista manauara autônomo, que transita entre as linguagens das artes cênicas contemporâneas (teatro, dança e performance) e das artes visuais. Fez aperfeiçoamento artístico na Organização Movement Research de Nova York (1996-1998), com bolsa da Fundação Capes/MEC. Ele também é Mestre em Letras e Artes pelo PPGLA/UEA e Especialista em Gestão Cultural pelo Senac SP. Desde 1980 está envolvido com as artes. Viveu entre as cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Nova Yorque (1986-2006), onde trabalhou como performer, ator, bailarino, produtor, coreógrafo e diretor artístico. Foi premiado pelo Rumos Itaú Cultural de São Paulo, Sesc São Paulo e Funarte Klauss Vianna, Proarte/SEC e Conexões Culturais Manauscult. Tem apresentado suas obras nos EUA, Europa, América Latina e Brasil.

Koia Refkalefsky é atriz, figurinista, preparadora, criadora do grupo de teatro Loucozencena. Trabalha na Companhia de Teatro Vitória Régia há 35 anos. Trabalhou com arte-terapia durante 30 anos no Centro Psiquiátrico Eduardo Ribeiro. Escreveu o livro “Memória da Loucura” em parceria com Rosangela Aufiero e Monique Rothen. Atuou em 15 peças de teatro e no cinema participou de cinco filmes.

 

Leo Scantbelruy tem 27 anos e é artista trans manauara com mais de dez anos de carreira em artes cênicas. Atuou em diversos estados do Brasil e no exterior. Gere o espaço cultural Casa Passarinho, no centro de Manaus. Integra o Movimento Levante MAO de reivindicações de políticas públicas para a categoria trabalhadora e autônoma das artes. Formou-se em Licenciatura em Teatro pela Universidade do Estado do Amazonas. Entre seus prêmios e festivais, destacam-se o Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna, Prêmio Manaus de Conexões Culturais, Prêmio Pesquisa e Investigação Cênica do Festival Breves Cenas de Teatro, Residência Jovens Criadores no AM, Festcine Amazônia, Mostra Internacional de Teatro de São Paulo – MITsp, Festival Emergentes (Espanha), Festin Açu (Bolívia).

FOTOS: DIVULGAÇÃO

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