Em uma campanha inédita, o Programa de Monitoramento de Água, Ar e Solos do Estado do Amazonas (ProQAS/AM), desenvolvido pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA), iniciou, nesta terça-feira (16/4), nova expedição no rio Madeira. A iniciativa, que conta com apoio do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), marca mais uma etapa das expedições de mapeamento de qualidade das águas dos rios da região amazônica.
Denominada “Iruri”, a campanha encerra no dia 30 de abril e terá um total de 932 quilômetros de extensão, seguindo até o município Humaitá (distante 590 quilômetros de Manaus). Serão analisados 161 parâmetros de qualidade, por meio de 54 pontos de coleta. A expedição foi batizada com esse nome em homenagem aos povos nativos da região, que se referiam ao Madeira como Iruri, ‘O rio que treme’.
O reitor da UEA, André Zogahib, explica que a universidade está sendo pioneira em mais uma expedição de larga escala e ressalta que os dados coletados serão fundamentais para a criação de estratégias de preservação ambiental na região.
“O cuidado com o meio ambiente é uma de nossas prioridades. O programa de monitoramento da UEA é ostensivo, com um trabalho de referência no estado. Hoje, damos mais um passo importante para a melhor compreensão da qualidade das águas da região”, disse o reitor.
Dois alunos de doutorado da Universidade Harvard, orientados pela professora Elsa Sunderland, participam da expedição. Os pesquisadores Evan Routhier e Olívia Pietz terão como foco a análise da presença de mercúrio na calha do rio Madeira. Serão feitas análises nas águas, sedimentos e peixes. Outra proposta da campanha é verificar como as cidades que se localizam às margens do rio impactam na qualidade das águas.
O coordenador do ProQAS/AM, Sérgio Duvoisin Jr., afirma que a proposta da expedição é original porque visa fazer campanhas ostensivas e regulares nos mesmos pontos e com os mesmos parâmetros. “Nossa ideia é entender o rio, entender como os elementos dentro das águas funcionam. É um trabalho complicado, mas muito recompensador e emocionante. Fazer ciência não é fácil, mas sempre ficamos felizes em fazer algo novo. E a UEA está na frente mais uma vez”, comentou.
Apoio institucional
FOTO: Daniel Brito/Ascom UEA