Profissionais da Saúde do Amazonas ameaçam parar por perdas salariais, mesmo trabalhando dobrado na pandemia

O Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Área de Saúde do Amazonas (Sindsaúde), com o Sindicato dos Médicos (Simeam) e demais entidades que compõem a bancada sindical da Mesa Estadual de Negociação Permanente do SUS, realizaram na manhã deste sábado (27), uma reunião para falar sobre perdas salariais, progressões e promoções sofridas pelos servidores públicos, e uma possível greve da categoria no Estado. 

De acordo com a presidente do Sindsaúde/AM, Cledinir Francisca, a categoria reclama da falta de atendimento do Governo do Amazonas nesse período de pandemia da Covid-19, uma vez que a classe está trabalhando dobrado, há um ano, por conta da pandemia, mesmo com salários congelados desde 2019, sem adicional, férias ou folgas.

“Nesse período tivemos muitas perdas, principalmente os nossos colegas que trabalham pelos municípios. Queremos pedir ao Governo que olhe com carinho por essa classe trabalhadora que vem sofrendo perdas, progressões, promoções e ticket de alimentação. São várias pautas de reivindicação, mas a pauta macro é nossas perdas salariais que o Governo não vem atendendo”, disse. 

A presidente do sindicato relembrou que os trabalhadores esperam pela reposição salarial das datas-bases atrasadas dos anos de 2016, 2017, 2020 e 2021, totalizando mais de 23% de perdas salariais; a progressão e promoção do Plano de Cargo, Carreira e Salário (PCCR) que estão atrasadas desde 2012; além do ticket-alimentação em pecúnia com elevação de R$ 500 para R$ 600 (em espécie).

“Esse valor vária de R$ 700 até R$ 1 mil, não é um valor fixo. No dia 18 de março foi aprovado esse abono, mas no dia 22  março a categoria em uma assembleia geral aprovou o estado de greve. E agora estamos aqui pedindo ao Governo que venha conversar com a gente, não queremos fazer greve, ainda mais nesse período de pandemia, mas queremos ser ouvidos, que o governador Wilson Lima atenda nosso apelo”, comentou. 

Cledinir disse ainda, que caso o governador Wilson Lima não se manifeste sobre o pedido a categoria pretende parar as atividade, até que as demandas dos trabalhadores sejam atendidas. 

Na semana passada, o Governo do Amazonas informou que vai conceder abono aos trabalhadores da rede estadual de saúde. O abono é no valor equivalente a um vencimento básico do trabalhador e, segundo o governo, será pago em duas parcelas, somando cerca de R$ 30 milhões. A primeira parcela está prevista para o início de abril, em folha complementar e, a segunda, na folha de pagamentos de abril. Vencimento básico é o valor a que um servidor público recebe, relativo ao exercício de seu cargo. Esse valor é fixado em lei, e não compreende vantagens adicionais.

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