A Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou contrária ao pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro para viajar aos Estados Unidos e comparecer à posse de Donald Trump, marcada para o dia 20 de janeiro. A solicitação foi feita por Bolsonaro no âmbito do processo em que responde no Supremo Tribunal Federal (STF), requerendo a devolução de seu passaporte e autorização para sair do país entre os dias 17 e 22 de janeiro.
A vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, argumentou que o pedido carece de comprovação de convite formal para o evento, o que inviabilizaria a justificativa apresentada. Segundo Lindôra, a documentação apresentada por Bolsonaro, que inclui uma mensagem enviada por Eduardo Bolsonaro, não possui elementos suficientes para sustentar a autorização.
A PGR destacou, ainda, que a autorização para viagens internacionais de réus em processos criminais deve ser analisada com cautela, especialmente em situações em que não há comprovação clara de necessidade ou formalidade. O caso segue sob análise do ministro Alexandre de Moraes, que já havia solicitado mais informações sobre o convite.
O advogado de Bolsonaro reforçou que o ex-presidente teria recebido o convite pessoalmente de Trump, mas até o momento não foi anexado ao processo nenhum documento oficial que comprove a afirmação. A decisão final sobre o pedido caberá ao STF nos próximos dias.