Amazonas

Pesquisa utiliza mel de abelhas-sem-ferrão e frutas amazônicas para desenvolvimento de produtos alimentícios

Estudo foi realizado em Coari, com fomento do Governo do Amazonas, por meio da Fap

Produtos alimentícios inovadores foram desenvolvidos através da utilização de matérias-primas, como mel e frutas amazônicas, visando o fortalecimento da meliponicultura e da fruticultura, atividades ligadas a conservação da biodiversidade e ao desenvolvimento social. A pesquisa é apoiada pelo Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).

O estudo, apoiado pelo Programa de Apoio à Interiorização em Pesquisa e Inovação Tecnológica no Amazonas (Painter) e coordenado pela doutora em ‘Alimentos e Nutrição’, Kemilla Sarmento Rebelo, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), campus Coari (distante a 363 quilômetros da capital), cita os diferentes tipos de produtos alimentícios elaborados.

Os principais ingredientes utilizados foram: os frutos amazônicos (araçá-boi, camu-camu, maracujá-do-mato, cubiu, cupuaçu, taperebá, açaí-do-pará e açaí-do-amazonas), o samburá (o pólen coletado das flores e transformado pelas abelhas-sem-ferrão) e o mel dessas mesmas abelhas.

A pesquisa permitiu a produção de barra alimentícia amazônica enriquecida com samburá e mel; molho agridoce apimentado à base de cupuaçu, samburá, mel e pimenta-olho-de-peixe; biscoitos de farinha da semente do umari, com adição de mel de abelhas-sem-ferrão; geleias e licores de frutas amazônicas com mel de abelhas-sem-ferrão e hidromel à base de mel de abelhas-sem-ferrão e diversas frutas amazônicas (chamado de melomel).

“Espera-se que os produtos desenvolvidos possam ser produzidos e comercializados em maior escala, e que sejam certificados com selos de qualidade e denominação de origem, evidenciando o modo de produção socialmente justo e ambientalmente amigável dessas cadeias produtivas regionais”, disse a também pesquisadora.

Para a avaliação dos consumidores, algumas etapas foram necessárias, como a análise sensorial, que foi realizada a partir da verificação dos atributos de aparência, aroma, sabor e textura, bem como classificação da intenção de compra em uma escala de cinco pontos. Também foram analisados os teores de umidade, cinzas, lipídeos, proteínas, carboidratos, fibra alimentar e valor calórico dos produtos.

“Com o fortalecimento destas cadeias produtivas, terras desmatadas e degradadas da Amazônia podem ser recuperadas através da plantação de fruteiras nativas e da criação racional de abelhas-sem-ferrão, em conjunto”, complementa.

Apoio da Fapeam 

O estudo intitulado “Caracterização e desenvolvimento tecnológico de produtos alimentícios amazônicos: Fortalecendo o setor primário da Fruticultura e Meliponicultura no estado do Amazonas” está em andamento e pertence ao Painter, Edital n° 003/2020.

“Com o apoio da Fapeam foi possível melhorar a infraestrutura dos laboratórios utilizados na pesquisa, através da manutenção e aquisição de equipamentos fundamentais para a realização dos projetos ligados à pesquisa”, reiterou Kemilla Rebelo.

O Programa visa fomentar a interiorização de atividades de pesquisa aplicada e inovação tecnológica, por meio de indução em áreas estratégicas, especialmente a bioeconomia, para o desenvolvimento econômico, social e ambiental do Amazonas, com a finalidade de aplicação de seus resultados na resolutividade/minoração de problemas específicos dos municípios do interior.

FOTOS: Divulgação/Fapeam

WSP
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