A paciente Martha Braga do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), em São Paulo, trata o segundo câncer de mama há quase duas décadas. A mulher (72) foi diagnosticada com um quadro recidivo da doença em 2008, há 16 anos. Ela fez tratamento contra o problema pela primeira vez em 1998. Com o tempo de batalha, a aposentada afirma que a esperança, a família e os amigos foram essenciais para persistir na luta contra o problema de saúde.
Martha está em tratamento contra o câncer de mama e outros tumores no HSPE há 13 anos. Atualmente, está em um quadro estável sem apresentar diminuição ou crescimento dos tumores. A paciente realiza a cada 21 dias infusão com medicação antineoplásica intravenosa no Hospital e consulta com oncologista a cada seis meses. Diariamente também toma medicamento o para o controle da doença.
“O meu desejo de viver é mais forte. Já tive dois episódios de câncer, duas infecções por Covid-19 e uma por dengue. Ainda não é o meu momento! Briguei com Deus e comigo. Convenci-me de que não queria morrer. Ele [Deus], minha família e amigos sabem disso. Eu tenho muito ainda o que viver”, afirma a aposentada.
O primeiro diagnóstico de câncer de mama da Martha foi em julho de 1998, quando tinha 46 anos. A mulher desconfiou de que algo estava errado durante o banho quando percebeu um caroço no mamilo do seio direito. Nesta primeira batalha, foi necessário a retirada completa da mama direita e mais de 40 sessões de quimioterapia e radioterapia.
Depois de superar o câncer pela primeira vez, Martha enfrentou a angústia de realizar a cirurgia de reconstrução de mama, em 2005. A aposentada estava disposta a passar pelo procedimento, porém sentia que o desejo de rever o seu corpo como era antes da doença era superficial. Por isso, acabou indo três vezes a um consultório de um cirurgião plástico até ultrapassar a barreira emocional e conseguir conversar com o médico. Também a desestimulava ter feito operações naquela época para tratar outros problemas de saúde, como ovário policístico.
O procedimento de reconstrução de mama foi um sucesso. Após 16 horas de cirurgia, Martha recuperou um pouco mais da autoestima.
Porém, em 2008, após uma consulta com o dentista para investigar um caroço no lado direito da mandíbula, Martha foi orientada a procurar por um pneumologista. “Muito atenciosa, a profissional disse que meus dentes estavam saudáveis e perguntou se eu tossia com frequência. Como eu estava com um pigarro desde a época em que tratei uma broncopneumonia, ela indicou que fosse avaliada por um médico”, explica a aposentada.
À época, Martha foi ao pneumologista, que após escutar o seu relato solicitou exames de imagem para investigar a queixa. Os resultados apontaram a presença de pequenos tumores na garganta, tiroide, pescoço, coluna cervical, clavícula e pulmões. Devida à seriedade do quadro, a aposentada se consultou com outros três médicos para análise de seu caso em setembro daquele ano de 2008. Após uma série de testes, foi diagnosticada com câncer de mama novamente, mas agora em metástase.
“Na segunda vez em que eu enfrentei o câncer de mama, eu desanimei em alguns momentos. Não entendia o que eu ainda não tinha aprendido, pois já havia passado pela mesma doença há pouco tempo. Foi muito doloroso. Em uma determinada situação, tive uma crise de choro de desespero, pois temia pela minha vida”, desabafa Martha.
Porém, após cumprir os primeiros três meses do tratamento de quimioterapia, a melhora do quadro chegou aos 40%. Martha já estava mais segura e próxima de sua família, amigos e religião, que foram instituições importantes para que ela conseguisse realizar o tratamento.
“O câncer vai ‘minando’ você, por isso, é preciso enfrentá-lo com coragem. Por esse motivo, nunca chorei em frente da minha família. Disse que derramaria lágrimas por outros motivos, mas por essa razão, não”, finaliza.
Dia Mundial contra o câncer de mama – 19 de outubro
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), 73.610 casos novos de câncer de mama foram estimados em 2024. Os principais sintomas são: caroço duro e indolor na mama e alteração na pele do seio e no mamilo, que pode ser o enrugamento ou avermelhamento da região. Também são sinais, a saída espontânea de líquido de um dos peitos e nódulos nas axilas e pescoço. Além dos cuidados com a saúde, também é essencial a realização de mamografia a cada dois anos para mulheres com idade entre 50 e 69 anos.
Sobre o Iamspe
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São mais de duas mil opções de atendimento no Estado, incluindo hospitais, clínicas de fisioterapia, médicos e laboratórios de análises clínicas e de imagem, além de postos de atendimentos próprios no interior, os Ceamas, e o Hospital do Servidor Público Estadual, na Capital. O Iamspe é um órgão do Governo do Estado de São Paulo, vinculado à Secretaria de Gestão e Governo Digital.