Cientistas identificaram uma nova variante que circula no Brasil desde o ano passado e já está em todos os estados de todas as regiões, exceto Centro-Oeste.
De acordo com o jornal O Globo, a descoberta foi relatada por cinco instituições coordenadas pelo Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) à Rede Corona-ômica. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) também apontou a nova variante em um trabalho recente.
A nova variante tem uma origem distinta das linhagens P1 (surgida em Manaus) e P2 (descoberta no Rio de Janeiro), mas também possui a mutação E484K, que tem maior capacidade de transmissão.
Segundo o virologista Fernando Spilki, coordenador da Corona-ômica, ainda deve ser investigado com mais profundidade a possibilidade da mutação fazer com que o indivíduo perca os anticorpos mais rapidamente. Por conta disso, é essencial que a vacinação seja acelerada para evitar o surgimento de novas variantes que possam comprometer a eficácia das vacinas.
O grupo coordenado por Ana Tereza Vasconcelos, coordenadora do Laboratório de Bioinformática do LNCC, sequenciou e analisou 195 genomas de pacientes com covid-19 dos estados Amazonas, Rio de Janeiro, Bahia, Paraíba e Rio Grande do Norte. As amostras foram coletadas entre 1º de dezembro de 2020 e 15 de fevereiro de 2021.
A nova variante está sendo chamada de VOI 9 (variante de interesse) e é denominada da linhagem B.1.1.33. Segundo a Fiocruz, a cepa foi detectada entre novembro de 2020 e fevereiro de 2021 e tem três mutações que provavelmente emergiu em agosto do ano passado.