Não se fazem mais homens como os de antigamente…

Quem nunca ouviu essa frase: Não se fazem mais homens como os de antigamente?!?! E me pergunto como eram esses homens, porque confesso a vocês que consegui acompanhar a fase do “bad-boy” e  me perdi nessa evolução quando surgiram as nomenclaturas, como metrossexual.

Deixando de lado as escolhas de esteriótipo e sexualidade, no meu entendimento mais importante é a formação do caráter, do comportamento, do que eles têm a oferecer. Pois de que adianta uma embalagem linda, se o conteúdo é sem valor?!

Será mentira dizer que os “tais homens de antigamente”, eram perfeitos, até porque não existe perfeição; porém haviam sim qualidades que merecem ser mencionadas, pois de alguma maneira, se perderam na passagem do tempo. Me assusta ver os jovens de hoje conversando e a naturalidade em destratar a outra pessoa, bater, empurrar, difamar nas redes sociais e etc.

Citarei um exemplo: cresci num lar onde meus pais vinham de uma criação humilde e não tiveram a oportunidade de aprimorar os estudos; eles também não foram criados com a demonstração de amor verbalizada, ou seja, o modo deles de expressar sentimentos era com atos de serviço. Trocando em miúdos, era não deixar faltar comida na mesa, pagar as contas em dia, não ter o nome sujo na praça e eles nos ensinavam valores como ética, moral e respeito à família.

Meu pai era um homem de temperamento forte, mas com uma personalidade generosa… fazia questão de ajudar as pessoas, sempre farto em oferecer boa comida a quem nos visitasse e detalhe, cresci numa casa cheia de pessoas diariamente e muitas vezes até íamos deixar os parentes em casa. Havia um senso de justiça e cordialidade. Meu pai não aceitava se calar diante do errado e, apesar dele ser uma pessoa “esquentada”, a palavra NUNCA se aplica a muitas coisas boas: nunca presenciei briga por ciúmes, nunca apanhei, nunca passei necessidade, nunca me senti desprotegida…pelo contrário, me tornei uma pessoa adulta com alicerce firmado em certezas que moldam meu caráter. Sei como quero e mereço ser tratada, não aceito menos que isso.

Mas hoje, quando olho para o passado e vejo a linha de transmissão da vida, percebo que de certa forma, se esses homens de valor, foram extintos, foi por nossa culpa, quando afrouxamos demais a corda da nova geração. Quando deixamos que frases como: não tem nada a ver, pra que tudo isso, tá exagerando…ganhassem proporção em desconstruir a base da humildade que move o melhor do ser humano.

Eles não abrem a porta do carro, porque ensinamos que cada um tem braço. Eles não pagam a conta no restaurante, porque ensinamos que não precisamos de ninguém para nos sustentar. Eles não demonstram afeto, porque sufocamos com afirmações de autosuficiência. Vendemos a fake news do Empoderamento Feminino e, pra quê? Era realmente necessário anular todo empenho que pagou nossas escolas e, com suor, na humildade da geração deles, deram o melhor que eles podiam, pra que pudéssemos avançar, evoluir, ir além?!?! Foi tão ruim assim?

Meu pai convidava minha mãe pra jantar e, nunca foi conta dividida. Ele também chegava em casa e trazia uma fatia do bolo preferido,  só pra dizer que lembrou dela. O nome disso era cavalheirismo. O homem de hoje não pede desculpas, não tem tempo pra refletir nem tampouco pra ser romântico; o homem atual é metrossexual, binário, geek,etc, etc e tal…ocupado demais em ser o melhor no trabalho e cansado demais pra ser o parceiro da vida de alguém. O nome disso é indiferença.

Então, concluindo a reflexão do óbvio, se hoje não se fazem mais homens como nos tempos do nossos pais é porque também quebrou-se o molde das mulheres de antigamente.

 

Sair da versão mobile