O mundo descobriu o poder dos cosméticos feitos com muco de caracol. Depois que houve uma explosão de uso na Coreia do Sul, o produto, também conhecido como mucina ou secreção de caracol, ganhou as redes sociais e conquistou a América do Norte. Hoje, seu mercado global é avaliado em cerca de US$ 555 milhões (aproximadamente R$ 2,7 bilhões).
Mas, apesar do burburinho atual, o poder do muco de caracol é conhecido há tempos. Conforme relatado pela National Geographic, os antigos gregos o passavam na pele para combater a inflamação tópica. E, nos anos 1980, criadores chilenos notaram que manusear o molusco deixava suas mãos mais macias e os cortes cicatrizavam mais rapidamente.
A substância produzida pelos animais é apresentada como hidratante e cheia de antioxidantes (vitaminas A e E) que podem reduzir a inflamação e os sinais de envelhecimento e de peptídeos que são capazes de estimular colágeno. Um estudo feito por pesquisadores da Itália comprovou que ela cria uma barreira protetora entre a pele e a poluição do ar.
Agora, especialistas estão explorando como o muco pode ser usado além dos cuidados com a pele, pois há evidências de que ajuda na cicatrização de feridas, no tratamento de queimaduras e úlceras internas, sem contar que possui propriedades antibacterianas e antifúngicas.
Adam Braunschweig, químico orgânico da City University of New York, dos Estados Unidos, complementou que também funciona bem como substância de administração de medicamentos – quando administrado desta forma, ajuda as membranas mucosas do corpo a absorver o tratamento.
E ainda tem mais indicações: a microbiologista Roberta Rizzo e o químico Claudio Trapella, da Universidade de Ferrara, na Itália, estão empregando a gosma para produzir colírios que usam a lubrificação natural dos caracóis para tratar a doença do olho seco.