A guerra na Ucrânia e os conflitos no Sudão, na República Democrática do Congo e em Mianmar, a seca, as inundações e a insegurança na Somália, bem como uma crise humanitária prolongada no Afeganistão têm sido os principais impulsionadores do alarmante novo total.
Filippo Grandi, Alto Comissário da ONU para os Refugiados, expressou a sua preocupação, afirmando que “globalmente, demasiados conflitos estão a proliferar ou a aumentar, destruindo vidas inocentes e desenraizando pessoas”.
Falhas internacionais
“A incapacidade da comunidade internacional para resolver conflitos ou prevenir novos conflitos está a gerar deslocamentos e miséria. Devemos olhar para dentro, trabalhar em conjunto para acabar com os conflitos e permitir que os refugiados e outras pessoas deslocadas regressem a casa ou recomecem as suas vidas”, apelou.
Em Junho, o número de indivíduos deslocados à força em todo o mundo era de 110 milhões, marcando um aumento de 1,6 milhões em relação ao final de 2022.
Além disso, entre Junho e o final de Setembro, estima-se que mais quatro milhões tenham sido deslocados à força, elevando o total para 114 milhões.
O relatório do ACNUR não abrange as consequências do conflito Israel-Palestina que eclodiu em 7 de Outubro, uma vez que foge ao âmbito do relatório.
O relatório revelou também que os países de rendimento baixo e médio suportaram o fardo de acolher três quartos das pessoas que necessitam de protecção internacional.
‘Não podemos desistir’
Apesar dos desafios esmagadores, o Alto Comissário Grandi permaneceu resoluto.
“À medida que observamos o desenrolar dos acontecimentos em Gaza, no Sudão e noutros locais, a perspectiva de paz e soluções para os refugiados e outras populações deslocadas pode parecer distante. Mas não podemos desistir. Com os nossos parceiros, continuaremos a pressionar – e a encontrar – soluções para os refugiados”, afirmou.
Fórum Global de Refugiados
A divulgação deste relatório coincide com o próximo segundo Fórum Global sobre Refugiados, agendado para 13 a 15 de dezembro, em Genebra.
O maior fórum deste género – centrado nos refugiados e nas pessoas deslocadas à força – reúne governos, refugiados, autoridades locais, organizações internacionais, sociedade civil e sector privado.
As informações são do Portal https://news.un.org/