Uma britânica a bordo do iate que naufragou na costa da Sicília, na Itália, contou como conseguiu manter a filha bebê acima da superfície do mar para salvá-la.
A mulher, identificada como Charlotte Golunski, seu companheiro e a filha de um ano estão entre as 15 pessoas resgatadas após o naufrágio do iate de luxo Bayesian na segunda-feira (19). Um homem morreu, e seis pessoas — incluindo o empresário britânico da área de tecnologia Mike Lynch — estão desaparecidas.
A embarcação de 56 metros, que transportava 10 tripulantes e 12 passageiros, afundou a 800 metros da costa de Palermo após enfrentar uma forte tempestade durante a madrugada, que fez com que trombas d’água, ou colunas giratórias de ar, aparecessem sobre o mar.
Charlotte disse ao jornal italiano “La Repubblica” que sua família sobreviveu porque estava no convés quando o iate afundou. Ela contou que eles foram acordados por “trovões, relâmpagos e ondas que faziam nosso barco dançar” — parecia “o fim do mundo”, segundo ela, antes de serem arremessados na água.
“Tudo aconteceu em muito pouco tempo”, afirmou Borner à agência de notícias italiana Rai.
Um pescador local, chamado Giuseppe, disse à agência de notícias Reuters que estava a bordo de um barco a motor quando avistou “tapetes e camisetas flutuando no mar”. Outra testemunha, Fabio Cefalù, capitão de uma traineira, contou que estava prestes a sair para pescar quando viu relâmpagos, e decidiu permanecer no porto.
“Por volta das 4h15, vimos o clarão de um sinalizador no mar”, ele disse, segundo relatos da agência de notícias EVN.
“Esperamos a tromba d’água passar. Depois de 10 minutos, fomos para o mar, e vimos almofadas e todo o resto do barco [que havia afundado], tudo que estava no convés, estava no mar. Mas não vimos ninguém no mar.”
Outro pescador afirmou ter visto o iate “afundando com os meus próprios olhos”. Em declarações ao jornal italiano Giornale di Sicilia, a testemunha disse que estava em casa quando o tornado começou.
“Aí eu vi o barco, só tinha um mastro, era muito grande“, relatou. Logo depois, ele foi até a baía de Santa Nicolicchia, em Porticello, a vila de pescadores perto de Palermo onde aconteceu a tragédia, para ver melhor o que estava acontecendo.
“O barco ainda estava flutuando e, de repente, desapareceu. Eu o vi afundar com meus próprios olhos”, acrescentou.
*G1*