Manaus amanheceu de luto nesta quinta-feira (18). O renomado saxofonista amazonense, Rudeimar Soares Teixeira, mais conhecido como Teixeira de Manaus, faleceu aos 79 anos. O artista estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Santa Júlia, para tratamento de um tumor na hipófise.
Em 2023, o artista foi tema do carnaval da Banda do Boulevard que lhe homenageou com o tema ‘Teixeira de Manaus é Beiradão: Cultura do Amazonas em Canção’.
“Eu quero me solidarizar com sua esposa, amigos, e com todos os amazonenses, brasileiros, por este grande ícone da nossa cultura, que nos deixa fisicamente, mas seu legado esta aí para que todas as gerações tomem conhecimento e saibam da grandeza que possui este brasileiro, nascido no Amazonas e que nos orgulhou criando o ritmo Beiradão. Teixeira de Manaus está para a música de Beiradão, assim como Roberto Carlos para a Jovem Guarda e João Gilberto para a Bossa Nova. Foi um grande privilégio em 2023, conviver com este grande artista e sua família”, externou o presidente da Banda do Boulevard, Luís Cláudio Chaves.
Em 2022, o ícone do Beiradão (mistura de ritmo caribenhos, jazz e forró), foi homenageado no Teatro Amazonas. Na ocasião, ele agradeceu.
“Eu sabia que um dia estaria aqui no palco deste lindo teatro recebendo esta incrível homenagem. Obrigado, Manaus. Obrigado Amazonas!”
Vida dedicada à música
Nascido em 8 de dezembro de 1944, na comunidade Costa do Catalão (pertencente à época ao Careiro da Várzea), próximo à confluência dos rios Solimões e Negro, Teixeira de Manaus chegou à capital amazonense na década de 1960.
Aos 8 anos, se mudou para Manaus para estudar e, aos 18 anos, tornou-se músico. Sua trajetória musical começou com a flauta e o saxofone. Na década de 1970, fundou o grupo RT4, tornando-se uma figura conhecida na cena musical de Manaus, tocando nas festas populares dos “beiradões” no Amazonas.
Legado
Em 1981, Teixeira de Manaus foi consagrado como um dos ícones da lambada amazonense após o álbum “Lambada para Dançar” ter vendido mais de 100 mil cópias. A música “Deixa o Meu Sax Entrar” foi eleita pela Rede Amazônica como a “Música que é a Cara de Manaus”. O álbum garantiu ao saxofonista o Disco de Ouro em 1983.
Teixeira de Manaus deixou um legado inestimável para a música amazonense. Sua obra atravessa gerações e é tocada tanto em salões chiques quanto nos beiradões. Ele é considerado pelo público como um dos criadores da lambada amazonense.
“A perda de Teixeira de Manaus é sentida por todos que apreciam a música e a cultura amazonense. Seu talento e sua contribuição para a música serão sempre lembrados. Ouviremos com saudade o ‘Abra sua porta, deixa meu sax entrar'”, disse o radialista Bob Lester, um dos grandes incentivadores e divulgadores dos artistas do Norte.
Em 2023, Teixeira de Manaus, foi homenageado pela Banda do Boulevard