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Jornalista esclarece equívocos sobre calor e morte de animais no período da estiagem na Amazônia

Diante da terceira maior estiagem ocorrida na região, o profissional desmistifica, por exemplo, não atribuir a alta temperatura a problemas climáticos, como o aquecimento global

O jornalista Luiz Moraes da Rocha, de 59 anos e 42 de profissão, viaja a Amazônia desde 1985. Especialista em agronegócio, jornalismo investigativo e científico,  vê com preocupação muitas críticas sobre a região, especialmente, quando o assunto é atribuir a culpa de determinados eventos contra o meio ambiente, ao agronegócio.

Moraes explica que , antes de tudo, é preciso separar joio do trigo, especialmente quando o assunto é crime ambiental. Na contramão desta história, Moraes cita os agricultores indígenas, os agricultores familiares tradicionais e os produtores rurais, estes podem ser pequenos, médios ou grandes. Todos na opinião do jornalista não provocam queimadas, nem desmatamento.

As duas primeiras categorias citadas, agricultores indígenas e tradicionais, não podem entrar na lista de acusados, uma vez que atuam em áreas degradadas, ou capoeiras (aquelas que já foram desmatadas várias vezes).

Já os produtores rurais, não utilizam áreas de mata nativa. Também usam áreas degradadas, nas quais trabalham com mecanização de área, não necessitando desmatar floresta nativa.

 

E quem causa a degradação, Moraes?

A respeito das queimadas criminosas que ocorrem tanto no período de estiagem quanto fora dela, o jornalista esclarece que existe uma outra categoria envolvida, conhecida como grileiros. Estes, invadem as terras dos governos e, em alguns lugares, chegam a expulsar as populações tradicionais.

Neste sentido, os grileiros promovem a extração ilegal de madeira por meio da derrubada, sem abrir clareiras. Feito isso, derrubam a floresta para construir ou pastagens para criação de gado ou plantar grãos.

Diante deste cenário, o Luiz Moraes escreveu um artigo para que as pessoas que desejem falar a respeito das queimadas, não confundam os agricultores e produtores legalizados, com os clandestinos.

Moraes alerta ainda para que as pessoas tenham cuidado, por exemplo, ao atribuírem a morte dos peixes nos lagos de Tefé e nos paranás do Janauacá (entre os municípios Careiro Castanho e Manaquiri) ao mercúrio provocado pelo garimpo ilegal.

Ele esclarece que, a distância entre as localidade exemplificadas à área onde está ocorrendo o garimpo (Rio Japurá na fronteira entre Brasil e Colômbia) é de aproximadamente 1.500 km de distância, o que inviabiliza a contaminação.

O profissional informa que, os peixes e outros animais estão morrendo neste período, em virtude da falta de oxigênio e aumento excessivo da temperatura da água.

 

Leia o artigo na íntegra:

“Tudo bem armado para denegrir a nós e a Amazônia.
Sempre a cada 4 ou a cada 7 anos acontece, na Amazônia, especialmente no Amazonas, onde estão os maiores rios da bacia amazônica, uma estiagem bem mais severa.
Não há contaminação desses rios por garimpos.

Quanta babusice!!

Não há desmatamento que contamine o ar.

Essas queimadas não vêm de grandes desmatamentos, são de coivaras de pequenos roçados.
As queimadas na Amazônia, nesta época do ano, são espontâneas.
A temperatura da terra aumenta fazendo surgir os focos de incêndios florestais.
Basta trafegar pelas BR 174, 319 e vicinais pra constatar e ver de perto a mata lateral pegando fogo especialmente no período das 14 as 18 horas.
Escrever um texto bem elaborado, de conteúdo insidioso, numa sala ou dentro de um escritório particular ou de órgão público, capturar imagens da Amazônia na internet e produzir um vídeo com o veneno de todas as serpentes que morreram e morrem durante as queimadas é, no mínimo, criminoso, contra a vida e a liberdade de todos nós, amazônidas.
Quanta lorota, quanta falta de conhecimento e de vivência na Amazônia.
Gastem os milhões de dólares e de euros que recebem do Fundo Amazônia e venham ver de perto os focos de incêndios.
Se são criminosos, se são espontâneos ou se são os agricultores e legítimos produtores rurais que estão tocando fogo na floresta, secando as águas dos rios mais caudalosos e matando os animais aquáticos.
Duvido que venham aqui matar pium, carapanãs (pernilongos ou muriçocas), mutuca grande e pequena e ouvir os esturros das onças pintada e parda.

Sejam bem-vindos à Amazônia.” (Jornalista Luiz Moraes – MTb 660 – AM)

 

Sobre o jornalista

Luiz Moraes da Rocha, nasceu no seringal São José, no alto Rio Tarauacá, no Acre.
É filho de seringueiro e agricultor. Aos 5 anos de idade, iniciou na lida cortando seringa. Aos 11, veio com os pais e irmãos para a capital amazonense, onde iniciou os estudos.
Moraes é jornalista desde 1985 e também repórter pela TV Amazonas.
É especialista em jornalismo investigativo, científico e em agronegócio (1998) e desde está época atua fazendo reportagens sobre o agronegócio na Amazônia.

 

 

 

Edição: Ed Blair 

Obs: A republicação desta matéria é gratuita desde que citada a fonte

Evi Goffin

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