Tony Bennett, ícone do Jazz e do pop americano, morreu aos 96 anos, em Nova York, nos Estados Unidos. O músico foi diagnosticado com a doença de Alzheimer em 2016, mas continuou a se apresentar e gravar até 2021. A morte do artista foi confirmada por sua representante, Sylvia Weiner.
Foram oito décadas de carreira com um álbum número 1 aos 85 anos. Um dos seus hits mais famosos foi I Left My Heart in San Francisco, de 1962. Frank Sinatra já o chamou de o maior cantor popular do mundo. Segundo a Variety, até 2009, o artista vendeu mais de 50 milhões de discos. Com 41 indicações ao Grammy, ele venceu 20 prêmios, além de ter recebido Lifetime Achievement Award pelo conjunto da obra.
Na reta final de sua carreira, Bennett gravou com Amy Winehouse, Diana Krall e Lady Gaga. Sua última aparição pública foi com Gaga no Radio City Music Hall em agosto de 2021, dois meses antes de seu último lançamento, Love for Sale.
Susan Bennett, mulher do músico, revelou em entrevista para a revista da AARP (Associação dos Aposentados dos Estados Unidos) há dois anos que o artista continuou a fazer shows porque “quando cantava, os sintomas da doença desapareciam”.
Carreira repleta de altos e baixos
Tony Bennett estava na casa dos 50 anos no final dos anos 1970 quando se viu diante de um casamento decadente, um vício em cocaína, uma dívida fiscal de 2 milhões de dólares e perspectivas de carreira limitadas. O cantor saiu da situação entregando a gestão da carreira a seu filho Danny, que impulsionou seu pai a novos patamares de popularidade ao apresentá-lo às gerações mais jovens.
Antes disso, Bennett havia sido um dos cantores mais populares da década de 1950 – graças à sua descoberta pelo comediante Bob Hope – até que a ascensão do rock ‘n’ roll o minasse. Ele se recuperou disso visando um público mais maduro.
Com tudo isso, Bennett manteve uma atitude fria e sorridente, tentou permanecer fiel ao material que mais amava. Ele sempre se considerou um cantor de jazz.
“Tony Bennett não apenas preencheu a lacuna entre gerações, como também a demoliu”, escreveu o New York Times em 1994. “Ele se conectou solidamente com um público mais jovem, desapegado pelo rock. E não houve concessões.”
*Com informações da Reuters