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Governo do Amazonas apoia pesquisa de análise da forma imunológica de combate à tuberculose extrapulmonar

Estudo recebe fomento da Fapeam, via Programa Amazônidas Mulheres e Meninas na Ciência

Entre os estudos de combate à incidência da tuberculose (Tb) extrapulmonar no Amazonas, apoiados pelo Governo do Estado está a pesquisa “HLA-Antígeno Leucocitário Humano em pacientes com tuberculose extrapulmonar”, que investiga uma possível associação de genes de HLA, por considerar que tais moléculas exercem papéis cruciais na resposta imunológica do hospedeiro, por formar um grupo especial de proteínas localizadas na superfície de quase todas as células do corpo humano.

O estudo é amparado pelo Programa Amazônidas Mulheres e Meninas na Ciência – Edital 002/2021, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), e coordenado pela farmacêutica e professora do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Amazonas (ICB/Ufam), Aya Sadahiro.

Segundo panorama da doença no Brasil, publicado pelo Ministério da Saúde em 2018, na série histórica no período de 2008 a 2016, o coeficiente de incidência da tuberculose extrapulmonar (TBEP) no Amazonas foi mantido de 10 casos/100 mil habitantes, mas continua elevado em relação ao coeficiente nacional que foi de 4,6 casos/100 mil habitantes.

Apesar da tuberculose pulmonar ser a mais frequente, aproximadamente 25% dos doentes podem apresentar a TBEP, principalmente na pleura e nos gânglios linfáticos.

A pesquisa espera identificar alelos de HLA associados à tuberculose extrapulmonar e pulmonar, para proteção ou risco do paciente e confirmar os resultados de associação para futuras avaliações de predição “in silico”, dos alelos de HLA que seriam os melhores ligadores a peptídeos de Mycobacterium tuberculosis (estruturas formadas com base na ligação entre duas ou mais moléculas de aminoácidos).

A identificação de um HLA associado ajudará a entender melhor os mecanismos imunológicos que podem estar envolvidos no desenvolvimento da tuberculose, como explica a coordenadora do estudo: “quanto mais informações forem obtidas sobre os fatores que podem predispor a infecção e evolução para as diferentes formas da doença, é possível pensar em elaborar novas estratégias para ajudar a controlar e reduzir o número de casos da tuberculose”, disse Aya Sadahiro.

A pesquisadora destaca que a investigação está sendo realizada a partir das tipagens de HLA em amostras de sangue, nos pacientes com tuberculose extrapulmonar, com tuberculose pulmonar e no grupo controle saudável.

“Depois analisaremos se há algum tipo de HLA mais frequente nos grupos supracitados. Caso seja possível encontrar um HLA associado aos pacientes e/ou controles, podemos sugerir que um determinado HLA, possa estar envolvido na maior chance de desenvolver ou não a tuberculose”, acrescentou.

 

Impactos

A pesquisadora ressalta, ainda, que os impactos positivos da pesquisa para área de saúde em pacientes de tuberculose serão a longo prazo. Segundo ela, após a reunião de várias informações dos estudos imunológicos nos pacientes e controles, espera-se ter marcadores imunogenéticos que possam ajudar a identificar e estimar as pessoas, que expressam determinados HLA, se há maiores chances de controlar a infecção ou se vão evoluir para a doença.

A pesquisa está sendo realizada no Laboratório de Imunologia Molecular do ICB, da Ufam, com parcerias no Laboratório de Micobacteriologia do Instituto de Pesquisa da Amazônia (Inpa) e na Policlínica Cardoso Fontes (onde são realizados o recrutamento dos pacientes com tuberculose).

As pessoas envolvidas no projeto são professores, pesquisadores, médicos, pós-graduandos, graduandos e técnicos de laboratórios vinculados às instituições.

 

Dados

Recentemente, o Ministério da Saúde publicou o boletim epidemiológico especial sobre a tuberculose, no qual estima-se que, em 2020, a doença tenha acometido cerca de 9,9 milhões de pessoas no mundo. O Amazonas está entre os estados com os maiores coeficientes de incidência da doença no país, 84,1 casos novos/100 mil habitantes. E dentre as capitais, Manaus também é detentora de coeficientes elevados com 115,8 casos novos/100 mil habitantes. Até 2019, a doença era a primeira causa de óbito por um único agente infeccioso, tendo sido, desde 2020, ultrapassada pela covid-19.

 

Programa Amazônidas

O Programa Amazônidas – “Mulheres e Meninas na Ciência” é uma iniciativa do Governo do Amazonas, por meio da Fapeam, que visa estimular o aumento da representatividade feminina no cenário de Ciência, Tecnologia e Inovação, a fim de fomentar projetos como ação afirmativa para a ampliação da participação feminina na liderança de projetos científicos.

Fotos: Érico Xavier/Fapeam

WSP
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