Brasil

Exploração de crianças na Ilha de Marajó vira música gospel e denúncia repercute novamente

Reportagem mostra o porquê o lugar virou assunto na internet depois que a cantora gospel Aymeê lançou uma música sobre o local

Supostos casos de exploração de crianças na Ilha de Marajó, no Pará, voltaram a repercutir na mídia. Desta vez, o assunto veio à tona por meio da cantora Aymeê que lanço a música “Evangelho de Fariseus”, no programa “Dom reality”, uma competição musical entre artistas do universo gospel e que é transmitida pelo YouTube.

Na canção, a cantora denuncia casos de tráfico, desaparecimento de menores e exploração. Aymeê explicou que a música é sobre a exploração de crianças na ilha, que é muito turística e tem famílias muito carentes. Ela mencionou que crianças de 6 a 7 anos se prostituem dentro de barcos por cinco reais.

Na época, o MPF avaliou que a ministra propagou fake news e causou danos sociais e morais à população do arquipélago. Além disso, o órgão pediu uma retratação pública e indenização de R$ 5 milhões por parte de Damares.

Denúncias Anteriores

Essa não é a primeira vez que a exploração em Marajó é mencionada. Em 2020, Damares Alves, então ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, afirmou durante um culto evangélico em Goiânia que procurava soluções para as denúncias de mutilação e tráfico de menores de idade para exploração na ilha. No entanto, o Ministério Público Federal (MPF) no Pará solicitou informações mais detalhadas para Damares, que argumentou que suas denúncias tinham como base relatos que ouvia “nas ruas” e que não tinha provas.

Denúncias desde 2006

Em abril de 2006, o bispo emérito de Marajó, Dom José Luiz Azcona, fez uma denúncia ao governo federal e ao presidente da Comissão de Direitos Humanos. Ele relatou na Câmara dos Deputados casos de exploração de menores em Portel, também em Marajó.

O deputado Luiz Couto (PT-PB), naquela época, viajou para o Pará para investigar as denúncias e voltou com um relatório que incluía depoimentos das vítimas. Algumas delas acusaram dois vereadores locais de estupro e os casos foram encaminhados ao Conselho Tutelar.

Em 2015, o bispo Dom José Luis Azcona destacou casos de menores que se “ofereciam” aos ocupantes de balsas com o consentimento de seus próprios familiares. Naquele momento, a denúncia ganhou destaque nacional.

 

WSP
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