Momentos antes da queda do avião da Voepass em Vinhedo (SP), o copiloto mencionou a necessidade de “dar potência”, o que, segundo o perito aeronáutico Daniel Kalanzas, é uma reação padrão dos pilotos em situações de perda de altitude repentina. Ao explicar o contexto, Kalanzas afirmou que quando um avião perde altitude de forma abrupta, a primeira ação do piloto é acelerar para tentar estabilizar a aeronave. A fala do copiloto, registrada pela caixa-preta e divulgada pela TV Globo, sugere que a tripulação estava tentando lidar com uma possível falha, possivelmente relacionada à perda de potência dos motores.
Kalanzas acrescentou que uma linha de investigação predominante é a formação de gelo nos motores, o que pode ter contribuído para o acidente. Contudo, ele destacou que outras causas também devem ser consideradas, e que as autoridades competentes vão investigar por que houve a necessidade de acelerar a aeronave.
O perito também abordou a questão da fiscalização, observando que, embora a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) seja responsável por supervisionar a segurança dos voos, a agência não consegue fiscalizar todas as aeronaves e operações devido ao alto volume diário. Ele enfatizou que isso não significa negligência da ANAC, mas uma limitação natural diante da quantidade de voos em operação.
Kalanzas comentou ainda sobre a possibilidade dos passageiros e tripulantes estarem conscientes durante a queda. Ele acredita que, ao contrário de algumas especulações, muitos dos ocupantes do avião estavam cientes da situação até o impacto. Além disso, lamentou o vazamento das gravações da caixa-preta, considerando inadequado divulgar essas informações enquanto a investigação ainda está em andamento, devido ao impacto emocional para as famílias das vítimas.