Escalada de violência atinge Rio Grande do Norte

Ataques começaram nesta semana e presos suspeitos de comandar ações criminosas foram transferidos

O Rio Grande do Norte passa por uma onda de ataques criminosos, incluindo incêndios em prédios públicos, comércios, veículos e até residências, além de tiroteios e mortes. Desde a última terça-feira, 14, a capital, Natal e pelo menos 39 cidades registraram ataques.

Algumas cidades alvos de ataques no Rio Grande do Norte foram: Acari, Boa Saúde, Caicó, Campo Redondo, Cerro Corá, Jaçanã, Lagoa D’anta, Lajes Pintadas, Montanhas, Mossoró, Nísia Floresta, Parnamirim, Santo Antônio, Tibau do Sul, Touros e São Miguel do Gostoso.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Norte, até as 6h deste sábado, 18, 104 pessoas foram presas. No total, foram apreendidos, desde a última terça-feira, 14, 29 armas de fogo, 87 artefatos explosivos e 23 galões de gasolina, além de 11 motos e dois carros, dinheiro, drogas e munições. Produtos de furto também foram recuperados. Entre os presos estão foragidos da Justiça e pessoas que usam tornozeleira eletrônica em situações ilícitas.

Quando começaram os ataques no Rio Grande do Norte?
Os ataques foram planejados por criminosos e começaram a acontecer na última terça-feira, 14. Durante a madrugada, foram depredados prédios como um fórum de Justiça, duas bases da PM, uma prefeitura e um banco.

Veículos de concessionárias e carros estacionados nas ruas e em garagens também foram atacados.

Por que isso está acontecendo?
A imprensa local noticiou que os ataques foram ordenados por membros da facção criminosa chamada Sindicato do Crime, que está presente em bairros periféricos dos principais municípios do Estado. Os crimes teriam sido motivados pelas más condições dos presídios do Estado. Em vistorias a cinco prisões do Estado, o Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT), órgão ligado ao Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, encontrou evidências de torturas físicas e psicológicas, falta de alimentação, desassistência em saúde e superlotação, entre outras violações dos direitos.

Especula-se que as duas quadrilhas rivais, Sindicato e PCC, teriam dado uma trégua no conflito para reivindicar melhorias no sistema carcerário por meio de ataques violentos à sociedade civil e serviços públicos.

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