Profissionais e estudantes das áreas de saúde iniciaram, nesta quarta-feira (3/1), o “Curso Colaborativo de Campo em Saúde Pública Harvard-Brasil 2024”. A capacitação é uma realização da Escola de Saúde Pública Harvard TH Chan (HSPH), da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e do Programa Brasil da Universidade de Harvard Centro David Rockefeller de Estudos Latino-Americanos (DRCLAS) e segue até o dia 19 de janeiro.
O evento é uma oportunidade para os alunos de pós-graduação e funcionários do Sistema Único de Saúde (SUS), com experiência em pesquisa, aprofundarem os conhecimentos em saúde pública como HIV/Aids, malária, tuberculose, sistemas de saúde e nutrição. Os participantes têm uma dinâmica de produzir um trabalho colaborativo e apresentar ao final do curso.
Para o reitor da UEA, André Zogahib, a iniciativa é uma chance de os profissionais de fora do Brasil realizarem um intercâmbio no Brasil e em nossa universidade.
“É a primeira vez que a UEA está sediando. Então, os participantes estão fora do cenário deles, imersos num contexto amazônico, terão uma visão de sistema de saúde, de epidemias, de endemias, de doenças endêmicas dentro do próprio cenário onde elas acontecem”, destacou o reitor.
Márcia Castro, chefe do departamento de saúde global da Escola de Saúde Pública da universidade de Harvard, explicou que essa é a 16ª edição do curso, que já foi realizado em vários locais do Brasil, mas na Amazônia é a primeira vez. “A ideia é que os participantes entendam o sistema de saúde pública, os desafios e as oportunidades. Entender o SUS fluvial, as maneiras alternativas e criativas que o sistema implementou para prover saúde às populações, principalmente as ribeirinhas e indígenas. O curso não é tradicional, mas é um curso transformador para a vida tanto dos profissionais que estão envolvidos, quanto para os participantes.”
SUS e atenção primária
Vitória Celestino de Oliveira, profissional do curso de Enfermagem da UEA, enfatizou que a capacitação é uma experiência única.
“O mais interessante é trocar experiência e conhecimento com pessoas que são expertises na área. Com o curso será possível desenvolver um olhar mais aguçado para os problemas que temos e que são comuns e rotineiros. Que a gente consiga aplicar o que é aprendido para oferecer um serviço muito melhor para a atenção primária, tão carente de avanço tecnológico no país”, explicou.
O médico escocês Rory Wilson disse que é sua primeira vez na Amazônia e que está interessado em conhecer sobre o sistema de saúde brasileiro.
“O meu interesse, pessoalmente, são doenças infecciosas. Vamos ver as mudanças ecológicas na Amazônia, como o desmatamento, problemas como esses que dirigem à malária. Estou interessado em ver como são os problemas da saúde urbana, rural e nas áreas remotas, e como o sistema de saúde se organiza”, informou.
“Infelizmente, o Amazonas é campeão em tuberculose, é campeão em HIV e isso traz para dentro do curso uma oportunidade de informação com vistas à construção de perfis de competência de profissionais de saúde para o enfrentamento desse tipo de doença e desenvolvimento de pessoas nas áreas que o curso se compromete”, salientou Darlisom Sousa Ferreira, docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem em Saúde Pública (ProEnSP), coordenador local do curso e atual pró-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários da UEA.