Eleições 2024

Eleições 2024: Justiça Eleitoral prepara 571 mil urnas eletrônicas, com novo modelo UE2022

A Justiça Eleitoral espera que, com os equipamentos mais modernos e inclusivos, o processo de votação seja ágil, seguro e estável

No dia 6 de outubro, 571.024 urnas eletrônicas estarão prontas para coletar os votos dos eleitores e eleitoras nas Eleições Municipais de 2024 em todo o Brasil. Este ano marca a estreia do modelo UE2022, o mais recente desenvolvido pela Justiça Eleitoral. Com 219.998 unidades fabricadas desde maio do ano passado, essas urnas substituem o modelo de 2011, que completou seu ciclo de vida útil. Além das novas, também serão usadas urnas dos anos de 2013, 2015 e 2020.

O modelo UE2022 apresenta um design atualizado e melhorias no processamento, sendo a segunda maior remessa já adquirida pela Justiça Eleitoral, atrás apenas do modelo UE2020 (224.999). Juntas, essas versões mais recentes representam 77% das urnas que serão usadas em 2024, superando as características dos modelos anteriores.

Produzidas em Ilhéus (BA) pela Positivo Tecnologia, as urnas eletrônicas têm vida útil de 10 anos, ou seis eleições consecutivas. Após esse período, os equipamentos são descartados de maneira ecológica, com 99% de suas peças recicladas para novos produtos.

O software das urnas é desenvolvido pela equipe da Secretaria de Tecnologia da Informação do TSE (STI/TSE). Todos os modelos, incluindo as unidades de reserva, possuem as mesmas funcionalidades, com recursos de acessibilidade.

A Justiça Eleitoral espera que, com os equipamentos mais modernos e inclusivos, o processo de votação seja ágil, seguro e estável. As urnas já foram enviadas aos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) para distribuição nos municípios.

Inovações tecnológicas

Modernos, ágeis, seguros e ergonômicos, os aparelhos 2022 e 2020 contam com as mesmas inovações:

processador mais potente, que tornam as urnas 18 vezes mais rápidas que o modelo de 2015;

perímetro criptográfico certificado pela Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP Brasil);

mecanismo de criptografia aprimorado, com o uso do algoritmo criptográfico do tipo E521 (ou EdDSA), considerado um dos mais apurados do mundo.

Mais acessibilidade

Outra novidade é que, a partir das Eleições Municipais de 2024, todas as urnas eletrônicas contarão com um novo recurso de acessibilidade para pessoas com deficiência visual: a voz sintetizada batizada de “Letícia”. Esse recurso guiará eleitoras e eleitores cegos ou com baixa visão durante a votação. Para utilizá-lo, basta comunicar a deficiência aos mesários, que fornecerão fones de ouvido para uso na cabine. Isso garante mais autonomia e sigilo total do voto.

O projeto de sintetização foi desenvolvido com a colaboração da atriz e cantora Sara Bentes, que é deficiente visual. A expectativa é que esse toque mais humanizado melhore a compreensão das palavras pelo eleitorado com esse tipo de deficiência.

Além disso, a urna conta com números em Braille em alto relevo e tradução na Língua Brasileira de Sinais (Libras). Em 2012, sob a presidência da ministra Cármen Lúcia no TSE, foi instituído o Programa de Acessibilidade da Justiça Eleitoral, que visa garantir igualdade de acesso ao sistema de votação para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. A projeção para 2024 é de mais de 1,4 milhão de eleitores com deficiência.

Urnas excedentes para o RS

Em agosto deste ano, o TSE enviou um excedente de 6.500 urnas eletrônicas ao Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul (TRE-RS) para ser usado nas eleições municipais. A quantidade é suficiente para garantir a realização do pleito no estado, cujo depósito foi severamente atingido pelas enchentes no primeiro semestre do ano.

Histórico das urnas eletrônicas

O Brasil é pioneiro no uso de urnas eletrônicas, adotadas desde 1996 para combater fraudes e reduzir a intervenção humana no processo eleitoral. Genuinamente nacional, o primeiro modelo, UE96, foi desenvolvido pelo TSE no início da década de 1990, com foco na segurança e inviolabilidade do voto. Desde então, a urna eletrônica passa por constantes aprimoramentos em software e hardware, incorporando o que há de mais moderno em tecnologia.

 

Evi Goffin

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