Quase 17 milhões de adultos vivem com diabetes no Brasil, de acordo com dados da pesquisa Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico). O Brasil é o 5º país em incidência de diabetes no mundo, perdendo apenas para China, Índia, Estados Unidos e Paquistão, segundo o Atlas do Diabetes da Federação Internacional de Diabetes.
A doença é um problema de saúde pública mundial que pode levar a complicações graves, como doenças cardiovasculares, falência renal e amputação dos membros, se não controlada. Por isso, desde 1991, a data de 14 de novembro foi definida pela Federação Internacional de Diabetes (IDF), junto à Organização Mundial de Saúde (OMS), como o Dia Mundial do Combate ao Diabetes para conscientizar a população sobre a doença e suas complicações.
A estimativa da incidência da doença em 2045 chega a 23,2 milhões e o tipo 2 é o mais comum no Brasil, representando cerca de 90% dos casos. “É necessário promover a prevenção, o diagnóstico precoce e orientar sobre formas de tratamento adequado e estilo de vida”, alerta a endocrinologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Dra. Caroline Castro.
Diabetes mellitus
O diabetes é uma doença crônica na qual o corpo não produz insulina ou não consegue empregar adequadamente a insulina – hormônio produzido pelo pâncreas responsável pela manutenção do metabolismo da glicose.
A falta de insulina provoca uma deficiência na metabolização da glicose e, consequentemente, diabetes. A doença é caracterizada por altas taxas de açúcar no sangue (hiperglicemia) de forma permanente.
Os principais sintomas do diabete são: fome e sede excessiva e vontade de urinar várias vezes ao dia. Também ocorre perda de peso não intencional, fraqueza, fadiga, náuseas e vômito, formigamento nos pés e mãos, infecções frequentes, feridas que demoram para cicatrizar e visão embaçada.
A doença pode se apresentar de diversas formas e possui diversos tipos:
Pré-diabetes
É quando os níveis de glicose no sangue estão mais altos do que o normal, mas ainda não estão elevados o suficiente para caracterizar Diabetes. É um sinal de alerta do corpo, que normalmente aparece em pessoas com sobrepeso e obesidade, hipertensos ou pessoas com síndrome metabólica. Esse alerta do corpo é importante por ser a única etapa do diabetes que ainda pode ser revertida, prevenindo a evolução da doença e o aparecimento de complicações, incluindo o infarto.
Tipo 1
É não transmissível, hereditária, que concentra entre 5% e 10% do total de diabéticos no Brasil. Ele se manifesta mais frequentemente em adultos, mas crianças também podem apresentar. O diabetes tipo 1 aparece geralmente na infância ou adolescência, mas pode ser diagnosticado em adultos também. Pessoas com parentes próximos que têm ou tiveram a doença devem fazer exames regularmente para acompanhar a glicose no sangue.
O tratamento exige o uso diário de insulina e/ou outros medicamentos para controlar a glicose no sangue. A causa do diabetes tipo 1 ainda é desconhecida e a melhor forma de preveni-la é com práticas de vida saudáveis (alimentação, atividades físicas e evitando álcool, tabaco e outras drogas).
Tipo 2
O diabetes tipo 2 ocorre quando o corpo não aproveita adequadamente a insulina produzida. A causa do diabetes tipo 2 está diretamente relacionada ao sobrepeso, sedentarismo, triglicerídeos elevados, colesterol alto, hipertensão e hábitos alimentares inadequados. Cerca de 90% dos pacientes diabéticos no Brasil têm esse tipo.
Diabetes Autoimune Latente do Adulto (LADA)
Ocorre em adultos jovens, geralmente sem sobrepeso ou obesidade, devido um processo autoimune do organismo, semelhante ao Diabetes tipo 1. Costuma-se usar medicações via oral, mas logo é necessário progredir para insulinoterapia.
Diabetes Gestacional
Ocorre temporariamente durante a gravidez. As taxas de açúcar no sangue ficam acima do normal, mas ainda abaixo do valor para ser caracterizada como diabetes tipo 2. Toda gestante deve fazer o exame de diabetes, regularmente, durante o pré-natal. Mulheres com a doença têm maior risco de complicações durante a gravidez e o parto.
“Em todos os casos, o tratamento para o diabetes é estabelecer uma vida saudável, evitando diversas complicações que surgem em decorrência da doença, e o devido acompanhamento médico de acordo com o tipo”, explica a Dra Castro. “A prevenção é a melhor forma de combater o diabetes. A prática de atividades físicas e uma alimentação saudável são fundamentais”, finaliza a médica.
Sobre a Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo
A Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo conta com 3 Unidades de hospital geral (Pompeia, Santana e Ipiranga) que prestam atendimentos em mais de 60 especialidades, cirurgias de alta complexidade, como Oncologia e Transplantes de Medula Óssea. Conta também com 1 Unidade especializada em Reabilitação e Cuidados Paliativos na Granja Viana.
Os hospitais gerais com atendimentos privados da Rede subsidiam as atividades de cerca de 40 unidades administradas pela São Camilo e que atendem pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde) em 15 Estados brasileiros. No Brasil desde 1922, a São Camilo, que pertence à Ordem dos Ministros dos Enfermos, foi fundada por Camilo de Lellis e conta, ainda, com 25 centros de educação, dois colégios e dois centros universitários.