Coluna do Bob

Desvendando o debate: existe música ruim?

Durante todos esses anos trabalhando em rádios diferentes e com propostas musicais diferentes, sempre encontrei quem me fizesse uma pergunta intrigante: Existe música ruim?

Essa questão tem gerado debates acalorados há décadas, dividindo opiniões e inspirando reflexões sobre os gostos e padrões musicais. Mas será que a música pode ser objetivamente classificada como boa ou ruim?

A música é, em sua essência, uma forma de expressão artística que varia conforme a perspectiva de cada indivíduo. O que ressoa profundamente em um coração pode deixar outro indiferente. Nesse sentido, considerar uma música como boa ou ruim pode ser subjetivo, dependendo das experiências pessoais, emoções e preferências de cada ouvinte.

O que pode ser considerado “ruim” por um ouvinte pode ser exatamente o que outro ouvinte procura. O que importa para alguns é a letra rica em significado e profundidade emocional, enquanto outros podem priorizar a batida cativante e os elementos de produção. A diversidade de gêneros musicais, estilos e abordagens torna quase impossível definir um padrão único para a qualidade musical.

Além disso, a música desempenha diferentes papéis nas vidas das pessoas. Algumas músicas podem ser consideradas “ruins” sob uma perspectiva técnica, mas ainda assim têm o poder de trazer alegria, consolo ou até mesmo marcar momentos importantes para quem as ouve. Eu lembro de uma música que marcou minha infância: Farofa fá de Mauro Celso. Uma música considerada brega, mas que me remete a bons momentos. A música, muitas vezes, transcende critérios técnicos e mergulha diretamente nas emoções e memórias dos indivíduos.

A discussão sobre música “ruim” também nos desafia a questionar se devemos adotar uma abordagem mais aberta e inclusiva em relação à música. Ao rotularmos algo como “ruim”, podemos estar limitando nossa capacidade de apreciar a diversidade e evolução musical. O que pode parecer estranho ou desagradável hoje pode se tornar uma influência significativa para novos estilos no futuro. Como antigos sucessos que hoje ganham novas releituras.

Em última análise, a questão de se existe música ruim pode não ter uma resposta definitiva. A música é um universo vasto e complexo, repleto de nuances e interpretações individuais. Enquanto alguns podem encontrar valor em obras musicais que outros não apreciam, é importante lembrar que a música, em todas as suas formas, é uma expressão de criatividade, emoção e cultura.

Portanto, ao invés de nos concentrarmos em determinar se existe música ruim, talvez devamos abraçar a diversidade musical e explorar novos sons com corações abertos e mentes curiosas. Afinal, a música nos desafia a expandir nossos horizontes e a encontrar beleza e significado em todas as suas manifestações.

De seu amigo do rádio

Bob Lester

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