Nascido e criado em Paciência, Rio de Janeiro, Jeferson Thiago Rosário de Sales, 39 anos, é um exemplo vivo de superação e resiliência. Conhecido mundialmente como o “Gabigol da Torcida”, Jeferson teve uma infância marcada por dificuldades. Aos 11 anos, perdeu a mãe e começou a trabalhar como ajudante de pedreiro ao lado do pai. Morando com os avós, muitos acreditavam que ele poderia seguir um caminho errado, mas Jeferson contrariou todas as expectativas.
Desde cedo, Jeferson mostrou determinação. Aos 15 anos, já trabalhava como químico em uma loja de tintas e, aos 18, realizou o sonho de sua mãe ao ingressar na Força Aérea. Após cumprir seu período militar, trabalhou em uma multinacional de bebidas, sempre mantendo uma trajetória de trabalho árduo e honestidade.
A grande virada em sua vida ocorreu em abril de 2019, durante um jogo do Flamengo contra o San Jose pela Libertadores. Trabalhando na AMBEV, seu coordenador Oswaldo comentou sobre sua semelhança com o recém-contratado jogador Gabigol. Jeferson, então, decidiu pintar o cabelo e ir ao jogo. A reação foi imediata: antes mesmo de chegar ao Maracanã, já era parado para tirar fotos. Na arquibancada, chamou a atenção de repórteres, como a equipe da Fox, e, a partir daí, sua vida mudou completamente.
Na internet, virou meme e ganhou o apelido de “Gabigordo”, dado por Galvão Bueno, que mais tarde se retratou. Jeferson nunca se ofendeu, pois sabia que estava acima do peso na época. Com o incentivo de sua irmã, criou um perfil no Instagram e começou a receber convites para entrevistas e publicidades. Sua maior alegria é ver o sorriso das crianças ao tirar fotos com ele.
Sósias unidos pela cura
Uma das histórias mais emocionantes de sua trajetória foi quando um pai pediu para Jeferson gravar um vídeo para seu filho de 15 anos, internado com câncer.
“Quando ele me viu, ficou surpreso. Desde então, falava com ele todo dia. Depois passei o contato dele para todos os sósias de jogadores que eu conheço e, todo dia, alguém ligava pra ele. Isso aumentou a autoestima dele que vivia cabisbaixo. Os pais sempre dizem que eu não tenho noção o quanto isso foi importante para a recuperação do Guilherme. À medida que ligávamos, ele contava para todo mundo. Aí praticamente esqueceu que estava doente, a conversa dele era só isso. Quando ele voltou pra casa, a família dele fez uma faixa e eu e o Gui Polêmico fomos visitá-lo. Depois fui visitá-lo outras vezes e virei cliente do pai dele que tem uma peixaria perto de casa”, conta.
Jeferson reflete sobre sua jornada com gratidão.
“Se amanhã o Gabriel sair do Flamengo, ele vai continuar sendo um ídolo por tudo que já fez. Penso que a torcida vai continuar me abraçando por ser sócia dele. Sou muito feliz e grato a Deus, que me usou em situações como esta com o Guilherme ou com o Wallace, que é um rapaz que tinha depressão e, segundo ele, por meio dos meus vídeos, se libertou. Ser bênção na vida de alguém não tem preço. Fico muito feliz de ser instrumento de Deus para alegrar muitas vidas”, avalia.
Hoje, Gabigol da Torcida, é mais que sósia de um astro, é um símbolo de esperança e inspiração, mostrando que, com determinação e fé, é possível superar qualquer adversidade.