Pesquisadores da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) identificaram níveis alarmantes de contaminação por mercúrio nos peixes do rio Madeira. A análise foi realizada durante uma expedição entre 16 e 30 de abril deste ano, como parte do Programa de Monitoramento de Água, Ar e Solos do Estado do Amazonas (ProQAS/AM), em colaboração com a Universidade de Harvard.
As espécies comprovadas, incluindo branquinha, jaraqui e pacu, são amplamente consumidas pela população local. Os testes revelaram concentrações de mercúrio de até 16 mg/kg na região de Humaitá, superando em 32 vezes o limite legal de 0,5 mg/kg. Peixes predadores, como o tucunaré, também apresentam níveis preocupantes devido à bioacumulação do metal.
As análises foram realizadas no laboratório da Universidade de Harvard sob a coordenação da professora Elsie Sunderland. O coordenador do ProQAS, Prof. Sergio Duvoisin Junior, destacou que a contaminação é atribuída principalmente à atividade de garimpo na região, que não possui jazidas naturais de mercúrio. Estima-se que até um quarto do rio Madeira esteja comprometido, especialmente nos 100 quilômetros abaixo de Humaitá.
A reitora em exercício da UEA, Prof.ª Dra. Kátia Couceiro, enfatizou a importância do monitoramento contínuo para proteger as comunidades locais que dependem de rios como fonte de água potável e proteína. A UEA planeja expandir o monitoramento para incluir mais locais ao longo do rio Madeira e buscar recursos adicionais para fortalecer suas atividades de pesquisa e análise ambiental.