A internet e as novas tecnologias estão mudando a forma como as pessoas se comunicam em várias regiões do Brasil. Esse impacto é evidente no uso de gírias, na criação de conteúdo e até na preservação de culturas tradicionais. Vamos entender como isso está acontecendo, especialmente no Amazonas e Pará.
Antes, muitas gírias eram usadas apenas em regiões específicas. Hoje, com a internet, expressões como “top” e “meme” estão em todos os cantos do país. Um exemplo na região Norte é o termo “bubuia”, muito usado no Pará, que significa algo que está flutuando ou à deriva. Essa palavra, popular em comunidades ribeirinhas, está sendo mais conhecida em outras partes do Brasil graças às redes sociais.
Plataformas como YouTube e TikTok deram espaço para pessoas de todo o Brasil compartilharem suas histórias e culturas. No Amazonas, influenciadores digitais como os do canal “Amigos da Onça,” que produzem conteúdo sobre a vida ribeirinha e os desafios na floresta, estão alcançando um público nacional, mostrando uma realidade que antes era pouco conhecida fora da região.
Comunidades tradicionais do Amazonas e Pará estão usando a internet para preservar e promover suas línguas e costumes. Um exemplo é a tribo Tikuna, no Amazonas, que utiliza redes sociais para divulgar sua cultura e ensinar a língua Tikuna a jovens que vivem fora da aldeia. Da mesma forma, em Belém, no Pará, o movimento cultural “Carimbó na Praça” tem usado o Facebook e Instagram para promover e manter viva essa tradicional dança paraense, atraindo a atenção de novos públicos e revitalizando a cultura local.
Regiões que antes tinham pouco acesso a notícias e educação agora estão conectadas. No interior do Amazonas, por exemplo, em municípios como Tefé, jovens usam a internet para estudar e se informar, algo que era difícil antes da expansão da rede. Essa conectividade está ajudando a formar novas opiniões e trazer um novo dinamismo às comunidades.
No Pará, o tecnobrega e o brega funk, estilos musicais que misturam ritmos tradicionais com batidas eletrônicas, têm ganhado destaque em todo o Brasil graças à internet. Artistas como Joelma e bandas locais estão levando essa mistura cultural para outras regiões, mostrando como a música paraense está evoluindo e influenciando o cenário nacional.
Apesar dos avanços, ainda existem regiões do Amazonas e Pará com acesso limitado à tecnologia. Em áreas mais remotas, como comunidades ribeirinhas no Rio Negro ou vilarejos na Ilha de Marajó, a internet ainda chega com dificuldades. Nessas áreas, as mudanças estão chegando mais devagar, o que pode aumentar as diferenças em como as pessoas se expressam e se conectam com o restante do país.
Mas existe uma luz neste túnel de escuridão sem conexão. Programas como o “Norte Conectado” visam melhorar a infraestrutura de telecomunicações na Amazônia, com a instalação de cabos de fibra óptica que promete beneficiar cerca de 10 milhões de pessoas em 59 municípios. Este projeto busca não apenas expandir o acesso à internet, mas também integrar a região a outras partes do Brasil e até mesmo a países vizinhos, promovendo um desenvolvimento social e econômico mais equitativo.
Esses exemplos mostram como a internet está transformando a comunicação no Brasil, permitindo que tradições locais sejam preservadas e compartilhadas, enquanto novas formas de expressão emergem, especialmente nas regiões do Amazonas e Pará.