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Chineses identificam novo vírus capaz de afetar cérebro humano

Cerca de 20 pessoas foram diagnosticadas com sintomas de uma doença provocada por vírus transmitido por carrapatos

Pesquisadores chineses encontraram um novo vírus transmitido por carrapatos que pode afetar vários órgãos humanos, incluindo o cérebro e o sistema nervoso. A descoberta foi publicada na quarta-feira (4/9), no New England Journal of Medicine.

O estudo mostrou que o vírus das zonas úmidas (WELV, na sigla em inglês), como foi batizado, é transmitido por cinco espécies diferentes de carrapatos, sendo a Haemaphysalis concinna a mais comum.

Em junho de 2019, um homem de 61 anos foi internado em um hospital de Jinzhou, na China, depois de apresentar febre persistente e disfunção de múltiplos órgãos após ser picado por um carrapato em um parque de pântanos na Mongólia.

O paciente foi tratado com antibióticos, mas os medicamentos não melhoraram os sintomas, sugerindo que ele sofria de uma infecção viral e não bacteriana.

Testes de sequenciamento revelaram a infecção por um orthonairovirus desconhecido, designado como vírus das zonas úmidas (WELV). Nesses casos, os pacientes são infectados após contato com sangue ou tecido de animais infectados.

A descoberta resultou em um estudo com cerca de 14,6 mil carrapatos no norte da China. Os pesquisadores encontraram o vírus em cinco espécies diferentes de carrapatos, em ovelhas, cavalos e porcos da localidade.

Mais de 20 casos de doença transmitida por carrapato

Os pesquisadores também descobriram que ao menos 20 pessoas também tinham sido infectadas pelo vírus na China e na Mongólia. Todas foram hospitalizadas com febre persistente, semelhante à do homem de 61 anos.

Esses pacientes também apresentaram sintomas inespecíficos, incluindo febre, tontura, dor de cabeça, mal-estar, dor muscular, artrite e dor nas costas. Alguns deles também apresentaram pequenas manchas marrom-arroxeadas causadas pelo sangramento sob a pele e inchaço das glândulas. Um paciente apresentou sintomas neurológicos.

Todos os pacientes que receberam tratamento tiveram alta hospitalar dentro de quatro a 15 dias.

“Conduzimos vigilância ativa baseada em hospital para determinar a prevalência de infecção por WELV entre pacientes febris com histórico de picadas de carrapatos”, contaram os pesquisadores no artigo científico.

O novo estudo foi financiado pela Fundação Nacional de Ciências Naturais da China e pelo Fundo de Inovação para Ciências Médicas da Academia Chinesa de Ciências Médicas.

 

*Metrópoles* 

Evi Goffin

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