“ChatGPT consome dez vezes mais energia”, diz vice-presidente da Schneider
Evento em Curitiba contou com palestras, painéis de debates e hub de inovação, que apresentou soluções já colocadas em práticas por diferentes empresas no quesito digitalização + sustentabilidade
Hoje, o mundo está se conectando em um ritmo sem precedentes, e a previsão é que, até 2030, haverá seis vezes mais dispositivos se comunicando constantemente por meio da internet. Isso significa que, além do seu celular, praticamente todos os itens do seu cotidiano, como seu carro, relógio ou geladeira, estarão interligados. Tudo será parte de um ecossistema inteligente, automatizando processos e tornando o dia a dia mais dinâmico.
Com o aumento da demanda por acessibilidade e informação, a necessidade de energia também crescerá significativamente. Para se ter uma ideia, uma simples consulta a uma ferramenta de inteligência artificial, como o ChatGPT, já consome até dez vezes mais energia do que uma pesquisa em um buscador tradicional, como o Google. Imagine então no futuro próximo.
Essa transformação foi um dos principais temas abordados no Roadshow Green Experience da Schneider Electric, realizado em Curitiba, destacando a necessidade de fornecedores de soluções tecnológicas e sustentáveis estarem prontos para atender essa demanda crescente de forma eficiente e, principalmente, limpa.
Na abertura, conduzindo a palestra “Megatendências: redefinindo o amanhã”, o vice-presidente de Automação Industrial e Head de Digitalização da Schneider Electric, Regis Ataides, destacou a aceleração das inovações tecnológicas – e como elas, ao mesmo tempo, demandam maior consumo de energia, mas representam oportunidades de negócios para a indústria. “A equação para a sustentabilidade, para a transição energética, envolve digitalização e eletrificação”, sublinhou.
O especialista mencionou que há uma demanda mundial de até 3 bilhões de pessoas que precisarão ser incluídas nas redes de energia elétrica nas próximas décadas. Além disso, a geração de energia limpa poderá representar uma economia de US$ 2 bilhões para o planeta até 2030. O setor industrial elétrico deve, assim, atentar-se às oportunidades abertas pela busca por autossuficiência energética nos empreendimentos – citou como exemplo edifícios com placas solares que são tanto consumidores quanto geradores de sua própria energia.
“A internet levou sete anos para atingir a marca de 100 milhões de usuários. Já a inteligência artificial precisou de apenas dois meses para chegar a esse número. É preciso observar esses dados e pensar que indústria conectada, geração de dados, digitalização – por aí estão as oportunidades de negócios”, afirmou Ataides.
Para o CEO da Engerey, Fábio Amaral, o Roadshow Green Experience da Schneider Electric significou aprendizado, compartilhamento de experiências e networking. Com sede em Curitiba, a Engerey é fornecedora de painéis elétricos de baixa e média tensão conectados, que permitem monitoramento remoto em tempo real de seus componentes, aumentando a eficiência operacional e reduzindo o risco de falhas em até 40%. Além disso, são sustentáveis, promovendo eficiência energética e contando com materiais ecologicamente corretos.
“Quem participou do evento, sem dúvida, teve contato com inovações tecnológicas e análises que contribuem decisivamente para caminharmos rumo à Indústria 4.0, ou seja, uma indústria preocupada tanto com avanços em tecnologia quanto com o ser humano e a sustentabilidade”, avaliou Amaral.
Recentemente, a Engerey recebeu certificação da Schneider para a fabricação de painéis elétricos SM6 de 36 kV, que dispõem de sensores remotos via wireless, permitindo o monitoramento em tempo real, via smartphone, notebook e computador, do funcionamento desses painéis. Esses recursos tecnológicos asseguram mais eficiência, ao antever riscos de mau funcionamento que prejudiquem o processo de produção da indústria que adota tal solução.