Com uma taxa de cura acima de 90% quando diagnosticado na fase inicial, o câncer colorretal deve afetar 300 pessoas no Amazonas em 2023. O alerta é da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), por meio da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado (FCecon), no Dia Nacional de Combate ao Câncer de Intestino, celebrado nesta segunda-feira (27/3).
No Março Azul – mês de conscientização e prevenção ao câncer de intestino –, a Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG) e as Sociedades Brasileiras de Endoscopia Digestiva (Sobed) e de Coloproctologia (SBCP) promovem ações educativas, com palestras e iluminação de monumentos com a cor azul, para chamar a atenção para a prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer colorretal.
Segundo o diretor-presidente da FCecon, mastologista Gerson Mourão, a unidade hospitalar disponibiliza à população tratamento para o câncer de cólon e reto em todas as fases de evolução da doença.
“O câncer colorretal é um dos mais comuns na nossa população amazonense e a FCecon disponibiliza ferramentas de tratamento com cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Precisamos avançar cada vez mais para que esses casos sejam diagnosticados em fase inicial para que o paciente tenha maiores chances de cura”, afirma Mourão.
Fatores de risco
Alguns fatores de risco contribuem para o desenvolvimento da doença, destaca o chefe do serviço de Endoscopia da FCecon, médico endoscopista Marcelo Tapajós. Ele cita, por exemplo, o histórico familiar de câncer de intestino e as doenças inflamatórias do intestino, como retocolite ulcerativa crônica e doença de Crohn. “Pacientes com essas doenças devem ter acompanhamento individualizado”, pontua.
Conforme Tapajós, é consenso também, atualmente, que o excesso de carne vermelha e de carnes processadas, açúcar, bebidas alcoólicas, tabagismo e a obesidade são fatores de risco para o desenvolvimento do câncer colorretal.
Sintomas
Os principais sintomas são presença de sangue nas fezes, dor e cólica na barriga, sensação de que o intestino não está completamente esvaziado, perda de peso rápida e não intencional, anemia, cansaço e fraqueza.
Rastreio
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e as sociedades médicas da área preconizam o início do rastreamento do câncer de cólon e reto em pessoas a partir dos 50 anos e 45 anos, respectivamente, por meio do exame de sangue oculto nas fezes. Em resultados positivos, o usuário deve ser submetido ao exame de colonoscopia.
Através desse exame endoscópico pelo reto, o médico visualiza se há pólipos que possam vir a se transformar em câncer ou mesmo se há lesão indicadora de câncer, o que é confirmado com o laudo de biópsia.
“É importante lembrar que, quando diagnosticado na sua fase inicial, mais de 90% das vezes esse câncer vai ser curado. É importante reforçar a conscientização e prevenção do câncer colorretal”, destaca Tapajós.
Fotos: Laís Pompeu/FCecon e Ludmila Dias/FCecon