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Arrogância e prepotência: Karol Conká já era odiada antes de se queimar no BBB21

A rainha má costuma ser mais lembrada do que a mocinha do conto de fadas. Após sair com recorde de rejeição na história do Big Brother Brasil, eliminada com impressionantes 99,17% dos votos, Karol Conká tentou criar uma teoria de que a vilã que incorporou nesta edição não passou de uma personagem e que ela seria outra pessoa aqui fora, no mundo real. A artista até tentou associar seu nome ao de Carminha, lendária vilã vivida por Adriana Esteves em Avenida Brasil (2012). E chegou a declamar um protocolar “perdão, Brasil” ao lado de Tiago Leifert e a dizer para Ana Maria Braga que buscaria terapia.

Contudo, a cantora curitibana de 35 anos parece ignorar um ponto fundamental: ela não foi uma personagem de novela escrita por um autor talentoso, mas forneceu ela mesma elementos de vilania folhetinesca dentro do reality show.

É óbvio que o BBB está longe de ser uma realidade concreta: trata-se de uma situação-limite de confinamento e convivência mútua com pessoas desconhecidas, além de ser um programa editado por uma boa equipe de direção como forma de tornar-se falatório popular. É isso que lhe garante anunciantes milionários em tempos de engajamento como palavra de ordem no mercado.

É claro que J.B. Oliveira, o Boninho, e sua equipe podem aumentar ou diminuir nuances de um participante. Mas a direção do programa, tal qual no Jornalismo, precisa de fatos, o que em um reality show consistem em falas e atitudes controversas de um participante dentro da casa. O BBB não tem como inventar um comportamento, por mais que possa, sim, acentuá-lo.

Contudo, grande parte das maldades de Karol Conká dentro da casa, bem como de seus parceiros Nego Di, Lumena e Projota, não foram fruto de uma edição enviesada. Muito pelo contrário. A repercussão geralmente ocorre bem antes de o programa ir ao ar, navegando na velocidade estonteante da internet, que antecipa os feitos dentro da casa nas redes e até mesmo obriga a edição da TV a adaptar-se ao que o que já entrou na pauta do público.

O melhor exemplo é o beijo de Lucas e Gil, que aconteceu na madrugada de sábado para domingo e, na manhã de domingo, boa parte do público já havia visto não só o beijo, como sabia de seus desdobramentos, da condenação de Lumena ao ato e da saída voluntária do ator, após toda perseguição sofrida.

Tudo que foi apresentado na edição daquele domingo à noite já era “notícia velha”, para usar um jargão jornalístico. O mesmo aconteceu antes, quando Karol Conká humilhou Lucas na hora do almoço, obrigando o jovem a silenciar-se e a deixar a mesa. Bem antes de o programa ir ao ar, o público já havia condenado veementemente a atitude da cantora e se antipatizado com ela. Falando em redes, nelas o nome Karol Conká atingiu índices de rejeição que nem o mais pessimista poderia imaginar. Mas, as redes são tão imprevisíveis que muita gente também se surpreendeu com o fato de ela ter conseguido aumentar o número de seguidores após a saída da casa e as entrevistas que concedeu para para tentar limpar sua imagem.

Há quem especule que o número crescente teria sido comprado por sua equipe, mas também pode ser que, terminado o jogo, muitos fãs decidiram conceder-lhe o perdão, esquecer-se do BBB e lembrar-se da música, comprando seu discurso folhetinesco de que tudo não passou de vilania de novela em um reality show. Por mais que essa versão possa ser repetida à exaustão, parece ainda não convencer a maior parte dos telespectadores e sobretudo, internautas. Tampouco, convence gente que a conhecia previamente.

Karol apenas revelou ao Brasil no BBB21 o que a turma dos bastidores da música já conhecia há muito tempo, sobretudo aqueles que ficaram em posição hierárquica abaixo dela. Para essa turma, a “tombada” que ela deu em si mesma no reality mais visto da TV foi uma vingança comida em prato frio. Karol Conká terá, sim, dificuldades para se reerguer, mas isso não é tarefa impossível. Afinal, o Brasil, esse país surreal, como bem definiu o filósofo francês Jean-Pau Sartrre (1905-1980) quando esteve por aqui, é um lugar onde o povo ama odiar seus vilões. E, com esse ódio, aumenta a cada dia sua fama.

Fonte NOTICIAS DA TV

Evi Goffin

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