Acredito que a idéia de Amor nos é apresentada desde a infância, através do chamego dos nossos pais e toda atmosfera de carinho, cuidado e respeito em que somos moldados e, conforme a vida segue o fluxo, o amor começa a tomar forma em sonhos e expectativas. Mas quem nunca ouviu frases como: amores e desabores; amores – suas dores e delícias, constatando que nem tudo é perfeito ou alinhado.
Na verdade, acredito que amor acaba sendo uma jornada do auto-conhecimento. Quem nunca chorou por um amor não correspondido ou se decepcionou com expectativas frustradas? Quem nunca se identificou com aquela música da sofrência ou aquele texto batido de que se não valoriza, perde?! E quer saber de uma coisa? Acontece! Isso mesmo, desde que o mundo é mundo, existem corações partidos. E tá tudo bem.
Acontece que a menina que foi amada e super protegida, cresceu esperando o que foi vendido pra ela: o príncipe! Sim, aquele ‘perfeito’ que vai fazer declarações, surpreender com presentes e despertar borboletas no estômago. Só esqueceram de comunicar o outro lado. Ou talvez até tenham tentado, mas ele estava muito ocupado brincando de montar e desmontar, quebrando e consertando e tudo que ele aprendeu já era uma formação técnica de como ser homem na vida, ou seja, essa tal coisa de sentimentos e romance fica mesmo para as meninas.
Observa a comédia da vida: desenhamos para as meninas a imagem do amor perfeito e dizemos aos meninos que homem não chora. Encantamos de um lado e embrutecemos do outro. Para as meninas ensinamos a criar expectativas e aos homens treinamos para frustrá-las. Por aí já se explica o valor da psicoterapia!!! Mas como dizem que os brutos também amam, esse menino eventualmente terá sentimentos que não saberá como lidar e por não saber, vai brincar de pique- esconde com palavras e demonstrações. Que filme é a vida humana!
A linha do tempo passa e o amor se torna a grande busca de ambos os lados. Sendo que cada um com a sua própria construção de amor e sentimentos. No fundo, todos querem encontrar o seu encaixe perfeito, a sua cara metade, a porca e o parafuso… mas verdade seja dita que contos de fadas não existem e o príncipe no cavalo branco pode ser bem diferente na realidade, com Tênis Allstar, bermuda e regata. Vai do gosto…
E aí vc chora, diz que o amor não existe… se aborrece com a vida e fica de mal com o mundo. Por quê? Porque você quer se convencer de que não vale a pena acreditar no amor. Ai, você desiste do amor, de amar e compra um ticket para o shot da curtição…de beijo em beijo, de boca em boca, de sorrisos ensaiados, a ficadas sem sentido. E nada de contentamento…nada de felicidade. Mas que droga é essa?! Como sentir de novo aquela alegria ingênua, de quando brincava de boneca ou de quando corria atrás do papagaio?!?
Como provar novamente desse amor genuíno, que ao longo dos anos, nos faz procurar nas pessoas, mas precisamente no outro, aquele sentimento que nos conecta no fundo com a nossa melhor versão?!
Posso te falar um segredo?? Não é errado buscar preencher esse vazio, essa lacuna; não é errado sentir a necessidade de “pertencimento”. Só que esse é o gatilho que esquecemos de virar… esse é o grande dilema e descoberta.
O amor genuíno está em você! Você é o resultado de duas pessoas que conseguiram se alinhar nas suas imperfeições. Aceita que dói menos; quanto antes você entender que você não é a princesinha e nem tampouco ele vem montado no cavalo, mais rápido vai se dar conta, que você não precisa que ninguém te resgate da torre ou quebre o feitiço com um beijo.
Você só precisa de alguém que aceite caminhar ao teu lado; que te mostre que existem diferentes pontos de vista; que não precisa ser perfeito, mas precisa ser verdadeiro. Que não preencha, mas que some. Que te seja por sombra enquanto você se faz caminho. É desse jeito: é acreditando que o amor existe sim e com amor – tudo é possível.